quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

para pensar... pensei.

pensei com alma e sentimento porque fiquei mexida ao ver isso aqui :

" 'Para que não o magoem, o melhor é fechar-se num calabouço e engolir a chave'. Tem estômago de bode, sofre de inverno glacial e de febre melancólica. A sua fibra é tecida pelo tempo da cor do chumbo e pela frustração marcial, esta forja do caráter. Perseverança não é igual a merecimento. Olhar cínico, humor sátiro, café amargo. Sempre perguntam-se onde foram parar as linhas que separam a humildade da humilhação, a realidade da ilusão, a responsabilidade da obrigação." J. Cuio

li esta citação no meio de um monte de coisas do facebook. me tocou. me tocou profundamente na ferida escancarada das desilusões. principalmente a parte que fala que perseverança não é igual a merecimento... hoje me parece exatamente assim. que eu nado nado nado rios e mares e nada de sair do lugar, não me dou de encontro com nenhuma corrente que me leve longe e adiante. nado e nado como se boiasse, ou pior, se boiasse eu talvez fosse, mas nado e nada de ir... a última frase também é muito boa... me faz pensar no frio na barriga que venho sentindo há alguns dias. insuportável frio na barriga de ansiedade e medo. medo de enfrentar a ilusão, de ver que meu pé no chão é uma lástima. uma pegada muito mal pisada... não sei quem é o tal 'j. cuio' mas me fez uma descrição muito boa de como andam as coisas pra mim. a frustração marcial que forja o caráter e vai me transformando mais e mais numa coisa estranha e alheia de mim mesma.

eu me conheço, mas tantas vez não me reconheço... desejo as primeiras opções. quero as melhores opções. quero o verão. está bem, estou com sorte de ser brasileira. nesse momento.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

redtube ou x hamster ?

pense numa garota sem muita graça. mas elas faz umas boquinhas... hum... agora pense nela, em pelo centro da cidade, vestida de boneca desengonçada, com uma blusinha regata preta e uma saia balofa azul e seu cabelo curto e loiro meio preso meio solto... e fazendo tipinho de come quieto no meio da rapaziada. jamais se saberá suas reais intenções com um ou com outro ou com todos...

começa uma brincadeira de bar de ficar perguntando opinião sobre tudo no formato 'isso ou aquilo', tipo 'jazz ou samba?' uns falam isso outros aquilo todos dão risada e lá se vão mais uns copos de cerveja... pois chega uma hora que um indivíduo descarado pergunta para a bonequinha estranha: "redtube ou x hamster ?" mas eu quis morrer porque não consegui ouvir a resposta!!! fiquei só de canto vendo a cara de safado dele, todo interessado na resposta de menina, e fiquei pensando que raios ele deveria estar imaginando, olhando aquela loirinha sentada, para ter o disparate de perguntar pra moça assim na lata, no meio de uma porção de 'issos ou aquilos' musicais e televisivos etc... ele me manda uma pornografia descarada... e pior: eu não ouvi a resposta, fiquei de curiosidade até umas horas, não tive coragem de perguntar, nem nada...

mas na minha opinião o x hamster é um baita site, é bem mais divertido e tem menos propagandas. mas os vídeos demoram pra carregar, então devo confessar que, só porque o redtube carrega os vídeos bem mais rápido (pelo menos na minha pobre conexão) eu frequento muito mais o red que o hamster... mas o cara já deve até saber disso, mesmo assim nunca me perguntou... acho. olha, tudo bem. o mais importante dessa história toda é que conversas safadinhas e situações excitantes promovem a excitação pra todo lado e essa história acabou sobrando (e muito gostosamente) pra mim. tesão sempre é bom. de boa. fiquei até pensando o quanto uns temperos extra são interessantes nas nossas vidas... mas administrar é que são elas...

agora vou bater uma lá com x hamster pra matar a saudade que hoje estou com tempo de deixar o vídeo carregando. rsrsrsrs

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

dançando no lua cheia II

isso foi em 23 de novembro, era lua cheia e eu estava toda revirada e toda contrariada, eu não queria fazer aquela viagem sozinha. preferia mil vezes ficar junto dele e dormir agarradinho. mas não, estaríamos separados e cada um cumprindo com a sua obrigação. fui eu pra viagem, debaixo de chuva, entrar naquele ônibus e tentar dormir. não dormi nadica de nada, sorte que peguei um livro pra passar o tempo. um livro bem barato que ganhei de presente dele numa ocasião engraçada.

eu já tinha começado a ler e até escrevi um post aqui sobre isso (por isso esse texto chama "... II) mas nessa viagem, juntando a ida e a volta eu li o livro inteiro! tão envolvente quanto a novela das seis... mas li tudo. foi, de certa forma, um jeito de me sentir junto dele, lendo o livro que ele me deu. que amor... mas bem, queria contar a história do livro mas ela nem vale muito a pena, é de uma mulher que vai em busca de um amor do passado, descobre que ele morreu e acaba ficando com o filho do cara ! pois é... mas tinha um enredo bacana, que ficou totalmente de lado.

contava, em paralelo, que ela ia reinaugurar uma espécia de bar ou boate onde trabalhava quando era nova, e o lugar chamava 'lua cheia', daí o nome do livro. esse trabalho de retomar projetos do passado pra mim foi muito interessante! ando pensando em quanta coisa eu deixei pra trás e que eu poderia resgatar e transformar num recomeço... fora isso a viagem foi normal, uma volta bastante conturbada, tão conturbada que atrasamos duas horas na chegada e ainda rendeu demissões na equipe e tudo mais, mas pra mim, normal. li meu livro e vim sossegada. realmente livros são ótimas companhias! por mais que fosse uma leitura bem barata, a gente vai indo na história, vai imaginando e o tempo vai passando gostosamente. agradeço ao meu namorado querido pelo presente, me salvou numa viagem meio chata e aliviou o tempo.

fabíola

era uma garota bastante interessante. forte, grande, com um sorriso largo e uma gargalhada escandalosa. pele bem clara, cabelos longos, óculos grandes e uns trejeitos desajeitados que muito faziam lembrar uma outra pessoa bem querida (e também muito gostosa). essa outra pessoa querida em questão era tida quase como uma irmã, conhecida desde muito nova e que realmente se tornou bastante genial e atraente depois de mulher... o fato é que como a fabíola fazia lembrar trejeitos de alguém já muito querida, a identificação com ela foi fácil, logo algum afeto em mim estava desperto com aquela garota.

não tivemos nenhuma grande intimidade além de frequentar as mesmas aulas e ir uma ou duas vezes juntas na padaria fazer um lanche. poucas conversas, muitas risadas. ela era cantora, lírica. talvez mais do que isso. bem, tinha um rapaz nessa história também. um cabeludo lindíssimo por quem eu andava interessada. mas estava ainda naquela fase em que mal se sabe se ele sabe que você existe, pouco havia trocado sequer olhares com o moço. isso é só um detalhe.

um belo dia vejo os dois, o rapaz bonitão e a fabíola sentados um ao lado do outro num banquinho conversando. que deleite. num primeiro momento eu poderia ter sentido ciúmes, de ambos! mas que besteira pensar assim com tanta mesquinhez, era uma cena linda. não resisti a vontade de interagir e fiz a coisa mais idiota que poderia ter feito! perguntei: 'vc estão combinando alguma coisa?' e percebi que peguei os dois de surpresa. até existiu uma resposta à minha pergunta mas o que mais importava era o que nós três iríamos combinar!

pois bem, eles iam estudar uma música específica que ela cantava e eu me propus a aproveitar o ensaio deles e fazer umas fotos, bem de bobeira... combinado então! mas é óbvio que eu não estava pensando em fotografias convencionais, aliás pouco me importavam as fotografias. três dias depois nos encontramos na sala 17 para o tal ensaio. interessante é que dá pra trancar a porta das salas daquele lugar... interessante os barulhos que uma bela sentada no piano faz! hahahaha mas deu dó do piano, se algum pianista visse aquilo matava a gente, três safados. pode-se dizer que o ensaio rendeu bem. rendeu o corpo solto da fabíola se mostrando aos poucos, diversão garantida pra mim, interações interessantes do rapaz.

a essa altura do campeonato ela nem deve se lembrar direito de mim, nem dessa história, porque faz tempo já... oooou, o que também é bem provável, ela pode se lembrar com força, e dos detalhes. de quando ela começou a errar umas notas no meio da melodia e deu risadas gostosíssimas que me fizeram dar o primeiro passo... e eu disse à ela que talvez se desabotoasse um pouco a sua roupa ela iria relaxar e acertar. pronto, ela topou a brincadeira e isso foi um sinal claro de que queria. daí pra frente não teve mais nenhum tipo de insinuação, nem conversinha. eu beijei o moço, o moço beijou ela, a gente se beijou, triozinho de amassos e muito cheiro de tesão naquela sala... nenhuma mega penetração espetacular aconteceu porque não tinha muito como, tínhamos que ser discretos. tirando a ocasião do piano, que nos rendeu gargalhadas e um susto e daí ficamos temerosos de alguém resolver ver o que estava acontecendo naquela sala, a maioria do tempo foram toques, botões e zíperes se abrindo, mãos vasculhando debaixo da roupa, beijos longos e mordidas leves, dedos safados, o rapaz excitadíssimo, ela linda e deliciosa, uma satisfação bem boa... e uma tarde memorável.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

aglutinação

               acho que finalmente pensei  numa função para mim. no mundo... não sei bem...
               sabe aquilo que as pessoas chamam de vocação? que não é o mesmo que dom ou... enfim porque dom as vezes a pessoa tem mas não se sente verdadeiramente inclinado a seguir já vocação é quando mesmo com mil dificuldades vc sente que precisa fazer aquilo pra se realizar, pra ter sentido na vida. pois é, pois então.

          na verdade eu pensei em duas coisas... uma é mais intrínseca e a outra mais empolgante! a persistência e a aglutinação.

                 eu não gosto de multidões e aglomerados, mas gosto de gente e gosto de muita gente junta. será que é possível perceber a diferença? porque não é a mesma coisa! então... eu vejo sentido em reunir histórias, ponderar opiniões, procurar harmonia das diferenças, fazer junto - por mais que de muito mais trabalho do que fazer sozinho! - eu vejo sentido em colaborar para que as pessoas se respeitem, se escutem, convivam melhor, procurem coisas em comum e coisas interessantes para fazer junto. eu gosto de gente junta fazendo junto e acho que faz todo sentido pra mim trabalhar em espaços onde eu possa colaborar neste sentido! ambientes mais que democráticos ou anárquicos - porque nomenclaturas não cabem... - ambientes coletivos.

                  interessante é que esse termo - aglutinação - é usado para falar de reações que acontecem nas nossas células e fazendo um recorte bem tosco, achei por aí as seguintes frases: 'com as reações de aglutinação, formam-se agregados suficientemente grandes, de células interligadas por pontes moleculares de anticorpos que se combinam simultaneamente com determinantes antigênicos iguais, porem situados em células diferentes.' interessante, né? entendeu? e essa outra, que eu cortei o final porque o começo só já soa genial: 'na reação de aglutinação ocorre o fenômeno de pró-zona...' !!! também acontece na gramática, quando as palavras se juntam para formar uma nova. a coisa linda da criação! e existem línguas tão aglutinantes que colocam uma frase inteira em uma palavra, o japonês, por exemplo... 

                   e eu não trabalho bem sozinha, minha disciplina depende bastante de poder contar com alguém juntar, reinventar! eu tenho muito mais rendimento com uma energia coletiva. e gosto disso. bem, essa era a parte empolgante. a outra, a persistência é uma coisa minha que quase beira a teimosia. é minha sorte grande já que tenho processos de aprendizagem e aquisição bastante lentos, conto com essa característica sobre tempo, gosto de coisas duradouras, enfim... isso é outra coisa que preciso assumir que muito tem comigo! nem sei porque escrevi esse texto, estava com vontade de escrever e fazia tempo que tinha um rascunho sobre aglutinação aqui e tal. saiu isso! :)

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

surpreender-se consigo

mais uma lua cheia alucinando pensamentos. um longo final de semana se iniciava. muitas possibilidades pela frente. amores e maças cozidas. agarramentos famintos na cozinha não supunham ainda que o jantar viria, mesmo que com muita satisfação, também com certos chiados de incomodo. coisa leve. nada que estragasse a noite. mas alguma coisa estragou um pouco do sono de alguém. varar a noite escangalha com o ânimo de qualquer um... ter compromissos "de trabalho" em todo tempo livre também... compromisso é sempre chato. o gosto de café ajuda a conversar. ficar só ajuda a pensar. ficar só ajuda a encontrar com a gente mesmo...

eu, sozinha, me encontrei cheia de amor pra dar e com umas tantas dúvidas sobre o que fazer? o que é melhor ser feito então?

ah... nada como a imensa generosidade da lua cheia pra encantar um sábado a noite. e tudo que era aquele pequena confusão, um mal-entendido grátis... ah não, tudo era bom agora, tudo fez-se em nada.

porque as vezes o tempo passa e mesmo a lua fica ultrapassada...

terça-feira, 12 de novembro de 2013

foda na estrada

preciso dizer do que estou falando? foda na estrada é foda na estrada. foi naquela beirada. fodástica... desde o caminho de ida havia-se pensado na hipótese. estávamos já vindo de volta. se devesse haver alguma oportunidade seria agora. entre curvas e toda aquela paisagem bem típica de estrada esperava-se por avistar um cantinho aconchegante pra vestir a fantasia. asfalto vai, asfalto vai. eis que ali na frente logo depois de mais uma curva tem um avançadinho de asfalto beirando uma estradinha pequena de terra que deveria levar em lugar pouco visitado. o tal avançado ao acostamento e paralelo à estrada era um espaço onde cabiam uns quatro carros no máximo e terminava num monte de arvores. era, aliás, bem cercado de um monte de arvores, menos para o lado da estrada de onde quem fizesse a curva teria uma boa visão de tudo.

pouco importava a visão dos outros. isso dava até um certo charme e tesão extras. o carro parou ali na encosta sem nenhum afobamento. os dois se curtiram por pouco tempo mas sem nenhum afobamento também. incrível como duas pessoas podem, se bem encaixadas, caber bem no banco de um só passageiro! nada de extraordinário aconteceu além do fato em si. nada além de se agarrar e trepar bem na manha vendo aquele montão de caminhões e carros fazendo a curva. era de se pensar o que será que os outros de fato conseguiam ver ou imaginar, mas todos passavam simplesmente. era de se pensar que fazer caso alguém resolvesse encostar o carro ali do lado! mas todos passavam e isso não aconteceu. mas excitou.

fazia sol, um dia lindo, uma luz bem quente. em pouquíssimo tempo estavam pingando de suor. os corpos, já bem apertados, iam grudando... deliciosamente. o gozo foi rápido também, e intenso. e inesquecível. então partiram para seguir viagem.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

ausência

escrevo menos porque penso menos. me fogem as coisas, me fogem as vontades, as palavras-pensamento. ou o pensamento é que vira palavra... ando ausente de mim mesma. minha cabeça está vazia. a vida repleta de cotidianas coisinhas e a mente vazia de tudo. vazia de quereres, vazia de movimento... me estranho. como se diz estranhar em modo bilingue, em português e espanhol... sinto saudades de mim mesma, da minha agitação e das minhas euforias. uma falta grande de ser mais eu mesma comigo mesma. começo a encasquetar com esse remédio novo, acho que me aprisiona num breu, acho que me deixa meio pasma demais, acho que sinto falta da minha energia vital.

não sei nem mais o que dizer. existe mesmo essa ausência de tudo. falta pensamento, falta palavra. falta nó no ponto. falta falta falta. me falta.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

lapsos

a falta de memória e a quantidade de buracos que sobraram nela incomoda. muitas histórias do passada que seriam boas de lembrar só são possíveis se alguém ajudar. parece que as redes neuronais que ligam o hoje com o antigamente ficaram tão finas que já não conduzem mais nada. mas é sabido que a lembrança continua lá em algum lugar...

apesar de tudo isso, existem ainda algumas pequenas coisas que fazem a lembrança ficar viva. como um pacato vestido azul listradinho. ele traz lembranças boas! de noites gostosas, momentos intensos. não tão longíquos é verdade, são memórias um tanto recentes mas são bastante vivas e coloridas. são azuis! e são cismadas. teimosinhas mesmo, dessas que não saem na cabeça, que insistem em estar ali. uma calçada. um bar. uma taça de vinho. um xixi no banheiro. deslumbramentos. um salão para ser atravessado. conversas que nunca existiram. não pra valer... noites quentes, risadas...

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

preferindo

eu prefiro as coisas que posso fazer do meu jeito, do jeitinho que me dá vontade! e que, quando prontas, se agradarem somente a mim está ótimo, mais do que de bom tamanho. prefiro as coisas que posso fazer como e quando desejo, seguindo apenas a direção do vento, indo no ritmo lentinho das minha batidas cardíacas e viscerais. quando o momento se basta eu gosto mais, quando não há expectativa alheia é melhor, quando o fruto do depois é mero depois de agora, aí agora é mais legal...

uma pena que eu ainda não consiga ser assim com cada fração de segundo que ganho no mundo... uma pena existirem os outros, as expectativas (inclusive as próprias) e as cobranças de muitos níveis. uma pena que trabalho parece ter que ser chato e penoso quando eu acredito que não é, não precisa ser nada além de prazer e uma pequena dose saudabilíssima de teimosia.

ando meio de saco cheio de algumas coisas, quase de saco cheio da vida, mas alguma faísca em mim cisma em insistir no brilho, cisma em me fazer lembrar que tem outro sentido e que em raros e singelos momentos, exatamente como quando eu escrevo qualquer coisa que me vem à mente, nesses momentos existe um porque verdadeiramente verdadeiro verdadeirississíssimo. não é no átomo, é num átimo que se goteja um preenchimento de alma... chega de míngua, chega de mingau melado... muda vida e me renova! me conecta cada vez mais com cada segundo que realmente importa. como esse!

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

às cambalhotas !

meio cambaleando e cheia de convicções firmes tal qual geléia... vamos às voltas com coisas antigas e requentadas de sempre. as velhas confusões, as velhas mágoas, um luto melancólico por algo que não morre nunca e assim nunca será enterrado. a vida segue entre tantas outras coisas que nos ocupam cotidianamente. alívios flácidos...

mas a pergunta de hoje foi: o que você pode fazer de novo e que lhe dará a sensação de recomeço?
e a resposta de sopetão: uma cambalhota.

daí eu saio andando na rua e pensando nos significados de tudo isso... daí passam alguns dias e eu continuo matutando sobre o que seria e como se operaria essa minha cambalhota... daí eu vou ao circo, daí eu ouço falar de um vídeo, daí eu revejo meus exercícios, daí eu penso na piscina... daí vai indo a vida e o espaço entre a minha cambalhota e o chão somente se amplia. a idéia de (e seus literais e diversos e muitos jeitos de pensar sobre) um salto mortal me parece mais forte, mais genial, mais imprescindível! uma cambalhota à toda altura, uma cambalhota na pauta do mastro, um vôo alto de entrega com frisson. é desse frisson que preciso. é essa completude que busco! é isso!!! não é saudade do que eu fui, mas a saudade do que eu sentia, saudade de viver aquilo que eu sabia que me realizava, de sentir um vento na cara com cheiro de medo do bom!

então para aquela mesma pergunta, agora eu respondo que preciso de algo mais radical porque é essa radicalidade que eu quero de novo e sei que ela pode ser absolutamente saudável... a resposta agora é: um salto mortal! alto e destemido. rápido e profundo. e profundamente transformador de destinos. até porque sim sim e sim: alguma coisa precisa morrer! então que morra assim, em metáfora. e que possa renascer numa plantação de cambalhotas e saltos. que seja semente de novidade e desbravadora de espaços! mas oque seria exatamente esta ação. podia ser literal, mas antes há de haver uma chave mental pra isso acontecer. qual é a chave? essa atitude primordial salto mortal? daí eu continuo pensando...

penso tempos à fio e sem muito fio da meada vou tentando transformar pensamento em atitude porque é só na concretude que opera-se a realidade (dos fatos) tento e tento. as vezes me percebo mesmo um pouco sem nexo, tropeçando em convicções e me deixando ser pelas controvérsias. viver não é fácil. ninguém nunca nos prometeu que seria... dar uma cambalhota é coisa de artista! um salto mortal então...

então então então... a imagem clara e nítida se desenha à minha frente. um mortalito mortalha martífero mortal grupadinho, uma cambalhota solta e livre no tempo e espaço. uma possibilidade de estar-se imenso imerso no nada-todo-tudo-momento do giro...porque por mais estranho que a lógica conteste e tudo mais, 360 graus nunca nos colocam no mesmo lugar de antes e sim nos descortina os pontos de vista e todo o resto! mas não existe, em hipótese nenhum, quem chegue aos largos ares sem ter antes praticado, e muito! pequeninas cambotidas com toda a segurança do solo. não voa quem não sabe ser na terra. não tem invencionisse, é o básico! vamos galgando, vamos por partes, vamos na prática !



scarlet moon

pois é. morreu a moon. era lua nova. morreu a moon, não a mary moon - aquela 'adolescente' colorida da televisão musical brasileira. não. a outra, com nome puxado pro vermelho, igual ao primeiro próprio nome de o'hara - aquela que foi levada pelo vento...

mas porque escrever sobre isso aqui? verdade verdadeira, porque o sobrenome dela era lua. e porque a linda vida de cada mulher vale a pena ser lembrada...



e também porque era atriz, jornalista e escritora, porque era inteligente e tinha grandes olhos castanhos! porque padeceu dos nervos aos poucos e isso me comoveu. está certo que já faz um tempo. mas não é exatamente no calor do momento que os mais profundos e sinceros sentimentos se expressam... no calor do momento todo mundo fala de tudo e é o maior bafáfá mas e depois? depois só existe o que é duradouro...

moon era pessoa de opinião firme e forte e assim foi com a sua escolha pela vida até os acréscimos, e forma muitos, do segundo tempo. era inspiradora feito musa mesmo de verdade. estava metidíssima no mundinho da mídia, e fez bonito sem fazer alarde e estardalhaço, porque quem tem competência de verdade não precisa dessas coisas não é mesmo? escrevia e agia com brilhantismo e perspicácia. e gente que escreve bem é coisa que eu admiro. ainda mais se escreve bem e não se dispõe a escrever qualquer bobagem só porque 'é preciso'. admiro pacas.

a lee, que eu já nem admiro tanto apesar de respeitar seu trabalho... bem que ela já tinha dito: scarlet moon. moça do bando da lua chega em casa e põe fogo na brasa e vai pra rua. namoradeira menina bonita volta e meia vira uma sereia selenita. escarlete, lua serenata, colombina ela só combina com a prata com a luz do sol. é minguante num quarto crescente debaixo do lençol lua nova blue moon vira rosa e fica toda cheia.

que seja cheia de luz como astro, mais que mero satélite enigmático, a obra na vida ultrapassa a mágica. a lua esta no céu o tempo todo, mesmo quando não vemos.

uma dupla quase albina

estava na linha azul do metrô quando vi um rapaz com os seus quase vinte anos e um ar de muitos hormônios, olhava para todas as moças com a simpatia de quem poderia traçar alguém ali mesmo. ele era bem branquinho, com jeitão de alemão e aquelas sobrancelhas que são até esquisitas de tão claras no rosto.

eis que numa das estações o poder da genética falou mais alto que tudo naquele trem! adentrou uma rapariga mais branquinha do que ele, mais loira que a xuxa, com cabelos de milho um pouco abaixo dos ombros, olhos profundamente azuis e pernas de lagartixa. uma mocinha com pouco mais de 16 anos e sua amiga moreninha que fazia com que ela parecesse ainda mais branquela.

o cara ficou vidrado nela e olhava com fome para a moça, como se acabasse de achar a mulher mais perfeita da face da terra para combinar com o seu dna! dava até gosto de apreciar o apetite do moço. é claro que a garota percebeu, retribuiu o olhar com ares de boa moça, mexia as perninhas dentro do shorts um pouco sem jeito. uma gracinha. o flerte não deu em nada, algumas estações adiante o rapaz saiu do vagão e a menina continuou de cochichos e conversar com sua colega.

ali, nada aconteceu. mas na minha imaginação... ah, os olhares do alemãozinho me inspiraram a imaginar muita coisa. num determinado momento quando ele se levantou de seu assento para dar lugar à uma senhora eu já 'achei' que de alguma forma que fosse ele ia dar um jeito de tocar na garota, de encostar as mãos nela e de repente, ali naquele metro não muito cheio, mas sim com bastante gente presente, os dois estranhos quase albinos se tocariam com todo aquele desejo que o moço expressava com os olhos. as mãos desbotadas, com aquele aparência de frieza mórbida da branquidão, mostrariam um calor safado, ele escorregaria mãos e boca pelas coxas dela... atreveria os dedos por dentro das pernas dos shortinho alcançando a virilha. achei que a menina de neve ia se avermelhar feito maça madura e ia gostar do afago. ainda assim eles seria discretos e as pessoas estariam percebendo a cena mais por ver as cores da garota se transformando do que por notar os gestos do rapaz... nada muito explicíto precisou acontecer para que a minha imaginação achasse tudo aquilo bastante delicioso de se ver, opa, imaginar... então, ele a abraçaria ainda mais perto e o mais descarado de todos os beijos aconteceria chamando atenção de todos que, olhando as bocas se lambendo deixavam passar, só alguns deixavam passar, desapercebidas as mãos dele segurando a cintura dela com força e alcançado os peitinhos da jovem com vontade de agarrar as entranhas dela.

só que aí ele desceu na outra estação. nada é melhor que a nossa imaginação! principalmente pra passar o tempo... ainda assim, os sorrisos do casal em paquerinha discreta animaram aquela viagem. e...

terça-feira, 17 de setembro de 2013

sal grosso

precisava-se de um banho recuperante! então alugou-se uma banheira... precisava-se de uma noite pra lá de bagdá pra chacoalhar toda a estrutura e sacudir toda a poeira! então, ficaram alugadas duas camas... uma pelo lado de dentro, com um colchão que pulava deliciosamente com o balanço dos corpos e outra perto da banheira (que mais parecia uma piscina). e essa outra cama também era muito bem ajeitada.

fazia frio. fazia saudade de si. havia saudade da brincadeira! então brincaram feito criança como se o motel fosse um parquinho. brincaram de jogar, brincaram de morder, deram risadas, deram gargalhadas de cócegas, deram abraços de apertar e se entregaram às delícias de banho e às delícias de se encaixar!

mas precisava-se lavar a alma e diminuir a carga pesada... então, o suor dos dois mais doque salgado pelo corpo estava salgado de mar postiço! delícia de hidromassagem com um quilo de sal grosso. nenhum mal agouro resistiu àquela noite. até adoeceu-se levemente depois de tão levemente que tudo sucedeu. e foi bem. e foi bom. e foi o que foi. sal grosso no tanque do parquinho! é pra lembrar, se divertir e repetir qualquer vez dessa, mas a primeira é sempre a primeira!

toda a verdade...

verdade, sim. sinceridade e relatividade. não há como negar. nós só temos acesso completo a uma única perspectiva do mundo: o nosso olhar, a nossa própria percepção. por mais empenhados que estejamos em nos colocar no lugar do outro... isso é verdadeiramente impossível. não temos como ter noção de como o olhar, até literalmente em relação a miopias e hipermetropias por exemplo... a como o olhar do outro opera. não temos como sentir os sabores que outra boca sente, não temos como perceber da mesma forma que a cabeça e os sentidos alheios percebem o mundo... por isso, toda toda toda toda verdade é mais que relativa. as verdades são quase exclusivas. interpretar também é solitário, compreender como eu compreendo... só eu mesma!

assim, por mais que eu seja absolutamente sincera, palavras geralmente deixam lacunas e é difícil expressar tudo que sabemos e queremos dizer principalmente porque na compreensão do outro também estão presentes esses filtros de percepção diferentes da minha. sempre. sempre diferentes.

o melhor de tudo é quando as percepções se conjugam, alguma compreensão fica compartilhada e, mesmo que nunca completamente, em algum ponto as coisas se convergem. assim temos amigos e boas relações. assim operamos um ser e não ser, tentando ser algo além de si através de outra pessoa...

dizem que a comunicação é um erro que as vezes dá certo e é bem isso mesmo... não se explica, nunca acontece na totalidade, mas é! em geral expressões de comunicação não-verbal são mais potentes, daria um trabalhinho pra elencar os porquês mas basicamente é porque são mais ancestrais, mais naturais. sinto saudades de quando o meu corpo falava mais! muito mais...

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

to be or not to

eu queria me aproximar do indecifrável
de algum jeito me tornar em algum modo de intangência
dormi para nada e sonhei pra sonho
eu queria ser como devaneio esfumaçado
um esboço indefinido de coisa com mistério máximo

eu não queria ser

na lua essa...

essa cheia magnífica que novamente tivemos brilhando nos céus. estivemos na estrada, estivemos a comer um croissant de amêndoas e maçã. o croissant mais cara do mundo! inesquecível tanto pelo preço quanto pelo sabor. inesquecível errar o caminho e dar de cara com a lua fazendo o retorno. bom demais lembrar de rir de si mesmo e do quanto exageramos certas coisas. delícia master encher a cara de ovinhos de amendoim (de longe o meu salgadinho predileto!) e uma gostosura total poder ter calma e curtir a noite numa boa apesar de todas as controvérsias. sexo é bom. sempre é bom. preguiçar é bom. sempre é bom. carinho é bom. sempre... dormir bem e sem preocupação... dormir bem acompanhada e acordar feliz com alguém especial do lado. viver é bom demais. foi muito bom viver na quinta feira passada!

quick but too important ! 'bout how people can ...



é incrível como as vezes certas pessoas alegram nossa vida imensamente com pequenos gestos. houve uma noite em que tivemos certeza que o coronel mostarda jamais mataria ninguém, nunca mais, no jogo do detetive. e, se o fizesse, seria somente por prazer mútuo. se assim alguém desejasse morrer. houve uma noite em que batíamos continência somente para a felicidade. 

existem muitas noites... muitas tem lua cheia! mas algumas são mais especiais... existem muitas pessoas. existem pessoas incríveis, pessoas inesquecíveis, pessoas essenciais... todas são únicas. mas só algumas penetram a nossa alma e inundam o ser de coisas que a gente não quer deixar de lembrar e se esforça pra ser melhor por causa disso. existem muitos tubos de condimentos. os de maionese são os melhores! se for aquelas maioneses verdinhas melhor ainda!!! os de catchup são básicos e os de mostarda são os diferenciais... nem vou detalhar os outros porque os outros não importam. assim como as noites que mais importam são as de lua cheia ou as deitadas em boa companhia e as repletas de gargalhadas e alegrias...

essa foto foi uma fulana dessas fenomenais quem tirou. e essa lista de músicas abaixo foi ela que indicou. ela que já me gravou um disquinho só com uma seleta seleção de musiquinhas lunáticas. temos nos falado menos e trocado menos. mas gosto muito dela. desejo a felicidade desta mulher seja como for e seja lá onde estiver(mos).

eu recomendo... apesar de empapuçada de caetano, idolatrar a lua é bom, faz bom !

http://www.cabobranco.fm.br/podcasts/0037/podcast91-34-a-lua-na-musica-de-caetano-veloso/


o silêncio

... foi a primeira coisa que existiu !

assim disse Arnaldo e assim gritei eu. numa noite-trabalho-mico e tudo que se tem direito i-nes-que-cí-veis ever! daí hoje tratamos de ouvir silêncio e de expressar silêncio.

" o silêncio está em nós. é só isso? eu sou tão inquieta. daí me chamou atenção isso. porque sim. estive quieta. estava quieta e... acho que ele está em todo lugar. em tudo. quando está o barulho já estava o silêncio antes... sabe? está lá o tempo todo. como o ar, as moléculas de tudo seja lá o que for, a água em todos os seus estados. as células de todos os seres. é uma coisa que não é calada. tem mesmo som. vibração. é como a fé. o que é e não é. é como deus... está nas flores e nos fios de cabelo! o silêncio...vibra perfeitamente com qualquer som. harmoniza com tudo. tudo. tudo... é o zero. o zero zero... é o 0.000.000... são todos os zeros à esquerda que (aparentemente) não mudam o número - que seriam os sons... é o tudo. todo tudo."

anotações e lembranças da aula da enny parejo. no dia em que alguém concretizou o silêncio numa folha em branco. em que estivemos em silência a compartilhar o todo.


bad bad, so bad...


nem sempre o tempo escapa bem à um menino mau.
quase nunca a memória fotográfica é desfigurada pelas tramas do passar de tantas coisas. sempre um momento qualquer lhe remete à situações velhas, vontades caquéticas nunca esquecidas, gozadas sabidas e nunca mais encontradas, olhares malditos e pneus furados. coisa qualquer que seja.

muito há que já fora exorcizado. realmente e com toda verdade e profundidade do mundo. exorcismo intenso. mas sempre, sempre tem os resquícios da memória. não é saudade nem saudosismo. não é desejo, vontade nenhuma. é só, somente e simplesmente uma teimosia tirania do destino de querer juntar as almas dos outros e, mesmo depois de totalmente apartadas, nunca mais elas se esquivam do passado. o passado é como uma estrada que está sempre lá, mesmo que você nunca mais queira nem vá andar por ela. a estrada, suas pontes e curvas ficam construídas e somente um fenômeno muito maior do que todos os que já houveram seria capaz de interditá-la ou destruí-la. se bem que isso não é deveras necessário. demanda energia que nem sempre queremos dispor.

queremos apenas seguir em frente, nos novos rumos. sem olhar pra trás. mesmo quando o passado olha para nós, olha pra frente. sabe-se bem que não há volta quando não se deseja voltar. mesmo que esteja sempre lá a danada da velha estrada.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

cade minha namorada?

estava toda garbosa de ter ido ao cabeleireiro, coisa que faço quase nunca. e estava toda linda mesmo, de cabelão liso e ajeitado e dentro de um vestido azul clarinho. a primeira coisa que ele disse ao me ver foi "cade a minha namorada?" e aquilo me deixou risonha e relaxada, foi mesmo um gracejo, uma gracinha. fomos comer alguma coisa e conversar mas já se previa aonde certamente iríamos terminar a noite...

quarta-feira, 17 de julho de 2013

com mais seis são vinte e sete.

hoje foi catorze. sete e sete. com mais sete, vinte e um. mas ele quis saber quarenta e cinco. só que eu achei que era muito. pediu vinte e sete então, que são mais seis de hoje em diante. e vinte e sete serão, quando for o vinte um que virá em cinco meses. se fosse seis ia ser coincidência demais.

aposto bem apostadinho que ninguém entendeu nada de nada... tudo bem porque foi somente uma pequena confusão para a introdução. eis a seguir, vinte e sete boas razões para gostar de alguém. neste caso aqui, existe esse alguém... mas tanto faz, as razões são boas para qualquer caso.

 1. ele é bonitão e elegante...
 2. ele vai ficar velho e bonito com certeza, é muito charmoso.
 3. ele causa um frio na barriga específico...
 4. ele beija bem gostoso.
 5. ele chupa bem gostoso.
 6. e o pau dele é bem gostoso e encaixa tipo mão e luva.
 7. damos muita risada juntos!
 8. eu tenho vontade de morder ele de tão gostosos que ele é. como se eu fosse uma criança no auge da fase oral brincando com o coleguinha mais querido do jardim de infância!
 9. ele gosta do meu gato e brinca e se diverte com ele.
10. ele sabe dizer não. ele sabe o que quer.
11. conversamos muito, divertidamente e seriamente e é bom.
12. fazer coisas idiotas juntos e gostar disso, se divertir e dar muita risada juntos!
13. ser um a boa ação do outro
14. ele tem abraços inesquecíveis, inconfundíveis e poderosos
15. é possível fazer de tudo junto. e falar de tudo junto!
16. eu me sinto feliz e segura, ele diz o mesmo.
17. admiração mútua.
18. respeito recíproco e consideração gigante.
19. ele gosta das minhas surpresas!
20. ele se diverte com as minhas ideias...
21. ele gosta bastante de dormir, a qualquer hora
22. poder transar a qualquer hora e em qualquer lugar!
23. dá pra transar até com ele dormindo, rsrsrsrs, sim, dá!
24. compartilhamos a mesma ideia sobre a existência de ets.
25. ele elogia minha comida.
26. ele sabe limpar casa e lavar roupas, fundamental!
27. ele gosta de mim e eu sei disso. ele demonstra mesmo sem perceber! é lindo de se ver!

olha, a ordem foi aleatória. mas cabem sempre ponderações sobre os brilhantes recursos da memória... que as vezes lembram primeiro o que importa mais e também as vezes deixam pro fim aquilo que é mais especial e... francamente, acho que essa lista podia aumentar um bocado! mas está bem assim porque vinte e sete foi o número de razões 'solicitado' ... eu amo. e isso é tanto... e tão bom.

my precious

o sufoco é tanto, que não respiro nunca.
é tanto mais é tanto sufoco que não há mais nenhum m3 de ar que não pareça tão fétido e pútrido... feito podridão de baba e peido de mostro aterrorizante em filme de ficção científica barato.
ar rarefeito de azulejos verde estranho, cor de musgo.

o sufoco é tanto, que só tem aperto.
todo o espaço espremido. mais espremido que cara de adolescente super puberdade cheio de espinhas. exprimida minha dor em tentar estar. expresso meu incômodo por não respirar e sequer me mexer.
lugar de meia luz escura, lugar amplo entretanto esguio por egoísmo.

aonde não há. não há como ser!

o sufoco é tanto, que não existe mais tempo.
devia ter sido ontem, semana passada ou dez anos atrás. estou atrasada.
é preciso sair daqui sem pensar em mais nada! é preciso sair sem olhar pra trás, abandonar muitas coisas...
porque preciso de ares novos, de quando tempo, de espaço próprio.

respeito, é preciso.

de nada adianta ser brado de preciosidade e tratada como fera indomável. coisa de ferro e fogo. escondida, atributo de malefícios, jogada à jaula e largada às garras da insanidade atribuída. fardo insuportável! não me venha com: 'preciosa' 'paixão' 'razão' 'amor' 'querida'... não me venha não. nem chegue perto se houver franqueza. pois haverão perguntas irrespondíveis e argumentos irrefutáveis e insuportáveis!

auto-g. a minha... feliz e sozinha.
só nunca, não. que senão seria um mundo ego-meu. é nosso.
com amor, sempre - por favor e gentileza - amor à vera, com calor, verdade, força e delicadeza.
não isso que se vê em relações doentias... isso não. merci mamadi, e... vai pra luz!

terça-feira, 2 de julho de 2013

você está sendo filmado !



por umas e outras. uma baladinha para um dia frio. 
o fundo de tela do vídeo combina com a página e eu não resisti. rsrsrsrsrs 
por umas e outras, porque a revolução não será televisionada e porque devemos sorrir para câmeras todas e parecer bem na fita. ou não. porque não deveríamos nos esquecer de respirar. 
andei hoje trabalhando na oficina aqui e revisitando uma velha lista de vídeos de amor... 
uma listinha ri-dí-cu-la ! onde consta, inclusive, esta balada. e hoje eu tô que tô na pegada. 
logo mais tô lá curtindo friozinho e cheirinho... e esquentando esqueleto como o capeta! 

segunda-feira, 1 de julho de 2013

agá hum êni hum

sei...

ouro de tolo...
cada um vai atrás do céu, ops, do seu...
quem souber que conte outra. 
quem quiser que escute essa!
preciso de releituras do passado! ah...
mas eu devia estar sorrindo, orgulhosa dos meus esforços. só que isso é uma grande piada. só pode!
e a vida anda muito perigosa.
que seria engraçado
morrer de um resfriado
a doutora diz que qualquer coisa era pra correr pro hospital.
como coisa que hospital fosse lugar para pressa. eu morria esquecida.
de mim e dos outros!
eu devia estar contente porque...
sou uma dita cidadã respeitável
comendo o pão que o diabo amassou todo mês.
                                                               mas ainda me alimento de alguma esperança.
sim, faço anotações, eu posso me lembrar!
antes eram enganados por pirita
hoje... se ludibriam com a birita
o que há de errado comigo então?
devia eu agradecer ao papai do céu
por ter nascido artista!
devia estar feliz por ter andado à pampa por tantos tempos bons
                                                                                   mas hoje me olho e não vejo.
espero um vírus... o que há comigo?
estupidez super yuppie
em óbito por gripe
eu devia estar contente porque consigo tudo que quero
mas confesso, abestalhada, que ando muito decepcionada...
as vezes é tão fácil conseguir, mas e daí?
existem coisas grandes a se fazer
eu não posso ficar parada! mas estou decepcionada...

desde que descobri que o poeta não falava da necessidade da viagem
minha vida tornou-se noutra paisagem
navegar é preciso. 
viver não é preciso.
eu sou mesmo chata, confusa, embasbacadamente estranha à tudo...
                                                                                      me olho e mal me vejo
como olhar pro espelho e sentir uma grande idiota!
humana, ridícula e limitada. um animal apenas? oras...

olhar para o espelho e perguntar a si: 'será que eu sei o que eu estou falando?'

enquanto outros todos, cidadãos jovens e velhos
doutores, padres, policiais, políticos, malditos
jogadores de futebol, juízes, supremos e tantos fantoches
acreditam que vão fazer a revolução do gigante acordado.
                                                                                        eu não sei do que se trata esse devaneio. sei...
                                                    que maior parte do todo é também alheio
ignorante de sua condição
eu que não me sento
no trono de um apartamento
com a boca escancarada cheia de dentes
esperando a morte chegar...

tenho poucas opções, mas tenho pelo menos três ou quatro:
lembrar, encontrar, resfriar
ou voar! imagine!
so i'll never get old.
let's celebrate!
before that, i can be taken by this cold.
isn't it great?
porque longe, muito longe daqui. além de muitos quintais
no cume calmo do meu olho que vê
assenta a sombra sonora de um disco voador...



p.s. comecei a escrever isso no meio dos borbulhões de gente na rua pacas, agora a coisa já diminuiu... 
p.s. 2 achei esse link aqui super bacana pra quem quiser brisar com um pouco mais de informação :: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/retrato/ouro-de-tolo

sexta-feira, 28 de junho de 2013

por causa de um novo mundo !

/ 'vai demorar muito para mudar?' uma ótima pergunta. mas antes, é bom saber para onde se quer ir, e como. a pressa não ajuda, mais importante é a direção. bem disse algum poeta. então, vamos para o novo mundo? / este texto é uma resposta com um atraso fenomenal à certo outro escrito há tempos atrás num blog que escreve em conta-gotas sobre causos de coisas estranhas que aconteceram... esse texto também foi escrito em conta-gotas. incontáveis doses homeopáticas de carinho, desabafo e deslumbramento misturados. uma devoção cuidadosa. de muito amor. de muitas entregas. ao som desta sinfonia eu escrevi. ao som desta sinfonia muitas coisas já vivemos, conversamos, pensamos... / algumas palavras motivaram-me a escrever isso. e depois muitas outras palavras e pensamentos mais. vou reproduzir aqui alguns, do meu jeito conforme a minha interpretação... 'eu descobri que os bons vão mais cedo' bem não é à toa que é um provérbio, é bem verdade... 'mudei comportamentos que gostava' é doloroso e inevitável. mas sempre, sempre podemos ir atrás do que gostamos. 'precisava falar' talvez seja esse o problema. talvez existe já um prévio conhecimento ou ideia de ambas as partes do que pode ser ouvido sobre tal ou qual assunto. isso nos trava. uma pré ideia tipo um preconceito... muitas vezes bem fundada na análise cotidiana do comportamento. mas eu, ao me calar buscando promover, acabo promovendo uma sensação absurda e estranha de abandono. que confusão. 'chorei de verdade' chorar é bom, se alivia é ótimo. eu tenho dificuldades, e gosto quando consigo chorar. eu também devia chorar mais. /

terça-feira, 25 de junho de 2013

cara à tapa

mostro, mostro mesmo. no meio da balburdia paranoica... mostro o tamanho da minha caneta! os veios da minha veneta! dou a cara à tapa. não, não dói mesmo...

ultimamente não consegui evitar de escrever sobre o que fervilhava no mundo - nunca havia feito isso antes nesse blog... só escrevia minhas bobagens, meus segredos travestidos em historinhas e descrições de noitinhas e... atualmente umas ideias mais picantes, daí até mudei o site para 'adulto'... wow! se aquilo pareceu ser um certo upgrade, agora dei outro salto: meti-me a escrever essas coisas que penso todas desajustadas mesmo. escrevi porque não me aguentava! em geral como sempre faço quando escrevo... pouca expectativa, muita vontade - uma vontade exigente! foi isso, aí desejei explicar e celebrar que a além de tudo eu tenho cá umas opiniões, estranhas e diversas, mas tenho. e, tenho identidade, é claro. não desejo esconder mais.

resolvi fazer justamente o oposto do que qualquer  boa moça formada na fflch faria (e aqui diz o veloso: ou não) rsrsrsrs vou unificar minha identidade visual pela internet. e pronto. e deixar bem claro que tudo que é meu é meu mesmo! eu poderia entrar na nóia paranóia depois que assaltaram o departamento. eu realmente me sinto como uma pessoa com ideias perigosas mas... existem muitos lugares no mundo, e existem muitos lugares dentro de mim... não há absolutamente nada a temer. e, nesse movimento positive vibration, de assumir com clareza e escancaramento minha identidade (claro, nem tanto, só para quem se interessar em observar as coincidências) isso também é um certo movimento e assumir quem eu sou, assumir-me como sou e me aceitar definitivamente, encarar possíveis preconceitos de qualquer gênero e mostrar ou melhor, gritar, um grito paradoxo de tom bem calminho mas em alto e audível e bom som: foda-se!

respeitosamente... foda-se!

podem gostar, podem não gostar, podem whatever! podem ler, podem ignorar, podem palpitar, podem pensar o que quiser de mim. sou eu, sou eu mesma, é a minha imaginação, minha insanidade absolutamente normal e sem sal... e é assim. também, há muito, muito tempo que eu adoro a ideia do 'elanalua' mesmo não tendo a menor ideia de onde isso pode chegar. não me importo. me divirto. e pronto. e daqui pra lá! e a gente chega junto já já...

a bandeira do coração partido

outro dia brinquei com um amigo sobre a bandeira desse país... que talvez se incluíssemos na pauta das mil reinvindicações mudar a frase para 'bagunça e sucesso' a coisa ficaria mais no tom moderninho e atual... porque de 'ordem e progresso' já deu... é pena. também não gosto dessa frase, a tal atual. e, realmente esse povo na rua encapado com bandeira do brasil é de complicar a cuca! não faria mais sentido se eles queimassem a bandeira??? fica esse colorido festivo. todos que gritam 'não á copa' etc e tal, mas fazem o clima de copa, de festa... mas eu adoro festa quer saber? adoro. e é isso que o povaréu sabe fazer bem!

então, vamos boicotar os jogos? opa pérai! agora eu não posso mais gostar de futebol? vou ser hipócrita por isso? como assim? vamos jogar a criança fora junto com a água do banho? eis que outro amigo por aí me faz achar graça da situação dizendo que nunca tinha pensado que assistir uma partida da seleção brasileira seria considerado subversivo! ou ofensivo ou o que seja... uns falam de hipocrisia, o que é hipocrisia? vamos ao santo papai dos burricos ::

" hipocrisia (grego hupokrisía, -as, desempenho de um papel) s. f. 1. Fingimento de bondade de ideias ou de opiniões apreciáveis. 2. Devoção fingida. "

hummm... parece-me que muita gente confunde hipocrisia com incoerência - outro grande mal daqueles que gostam da máxima 'faça o que eu digo e não o que eu faço' essa frase é tão antiga... bastante comum aos pais e líderes antiquados de antigamente. essa frase é o resumo da incoerência, mas não da hipocrisia, pois quem diz isso não se finge, ao contrário se declara mau feitor. outra confusão comum atualmente é a que está sendo feita entre : 'apartidarismo' e 'antipartidarismo'. está expresso e gritante o fato de que a maioria das pessoas mal sabe a diferença entre coisa e outra. e também confundem manifestar-se com ser 'contra'. caramba, quero me manifestar a favor!

como diria o saudoso cazuza "meu partido é um coração partido" e me parte realmente o peito, rasgam-se minhas vísceras de ver tudo isso acontecendo debaixo do meu nariz e me deixando atonitamente de acordo com pessoas que eu admiro e que há semanas atrás me decepcionava com a opinião... e agora, de repente até que faz algum sentido no meio do turbilhão. quase que as minhas ilusões estão perdidas e sim, caríssimo cazuza, eu quero uma ideologia, que não seja fixa mas quase uma metamorfose ambulante na sociedade alternativa. eu sou a favor de algo novo que ainda não tem nome. cujo nome quase próximo seria o da anarquia, só que não. a anarquia também já está ultrapassada. hoje quase que esbarra no liberalismo... e tem os que falam da ideia caduca do comunismo, os que falam em golpe e em ditadura - e isso muito me apavora... mas não posso crer que será assim. toda essa velharia está passando, cada dia mais passando os cobres...

o pessoal falando em voto distrital... um modelo 'american way'? is that what you really want? quero uma bandeira nova, não para o meu país, a bandeira brasileira é bonita o suficiente e boa o suficiente. o país é que não é mais suficiente para sua bandeira! eu quero uma bandeira nova, uma bandeira para a minha subprefeitura, por exemplo. uma bandeira nova para a terra de anita garibaldi! ah.. eu me mudava pra lá com direitos garantidos... e que ela valham novas bandeiras mais do que a bandeira nacional. é tipo isso. e, sim, estou disposta e dividir ônus e bônus com as regiões carentes, mas que eu possa acompanhar as negociações beeem de pertiiiinho. é tipo isso. menos politicagem, mais ações políticas localizadas e claras. mais educação! é tipo isso. ando assustada e esfacelada, lendo os fatos com olhares tortos. faz tempo, o velho sábio falou e era verdade, e hoje eu acreditei de novo: nasceu uma flor. engraçadoque a globo refaz a novela da infância de minha mãe - saramandaia - para passar no afeterhours e eu, como minha mãe contou-me a tal novela mil vezes, sei que tem uma gorda que vira flor depois de dar um peido. puta merda acabou a minha metáfora poética. se é pra refletir, reflita e muito garota!

uma flor... eu também colhi uma antes de enlouquecer atestadamente... mas isso faz é tempo... e sempre, que nos acompanhe uma boa memória! ou um constante espírito de questionamento! sempre... a cada passo, a cada inspiração, a cada pulsação. perguntas. para onde?

fonte da foto: memória do futuro

quarta-feira, 19 de junho de 2013

amores e humores

se existe ou não amor em são paulo? pra mim tanto faz. prefiro o educadinho 'mais amor, por favor' em todas as circusntâncias... mas desde segunda não tenho eu com o meu amoreco por conta da bagunça. preferimos evitar a fadiga. institinho de preservação mútua. mas a vida não pode parar... a vida segue bela e linda. opa! bela e linda eu já não sei.

gostei de ver hoje, desde cedo, manifestações menores, pulverizadas e danadas da conta atrapalhando aqui e ali! descentralizadas indo bater à porta de subprefeituras! mas muitos dispersaram também da pauta central, muitos não mostram uma opinião clara, muitos retomam o discurso temeroso de que é um golpe, que é uma ditadura se armando ou uma estratégia da direita reação ou eu sei lá mais o que... como imaginei, minha revolta se alastra em todas as veias. discordo e concordo e concordo e discordo e descobri o que é síndrome de estocolmo... penso que se aplica a situações pacas dessa vida! acho que até a minha avó padece sutilmente disso. aliás, nem me fale em vó que eu tinha ideia de encontrá-la hoje mas não sei se a matriarca das helenas vai aparecer tão cedo por aqui...

porque os humores estão enviesados mas a mobilização não pára, não deve parar mesmo, não pára não!
e é mais que o microcosmo do bairro ou o macrocosmo da maior capital brasileira. essa são paulo tão cinza e desgovernada - tipo literalmente. porque os humores estão enviesados e os movimentos também estão cheios de infiltrados! caraca carambola... mais um dia se esvaindo entre os dedos. parece que o prefeito pode revogar o aumento. mas cuidado, pode até ser mais do que vinte centavos! não é por preço, é por valores. ok, concordo. mas... você acha que vai mudar o pais inteiro em uma semana? ah eu acho... se ganhar uma causa de cada vez, fica a potencia eólica pela simbólica. mas quero é ver esse país até 2016... quero ver todo mundo na rua nos próximos 3 anos consecutivos e/ou mais. a gente não tava mesmo combinando enforcar 2015 entre a copa e as olimpíadas? pois então. para tudo já, intensifica na folga e talvez o brasil vai mudar. por mim : exploda! metafóricamente literalmente...

terça-feira, 18 de junho de 2013

comer vinagrete à cem milhões de volts

e é vinagrete à brasileira! uma receita que inexistia.
receita nova com participação de gerações 'x', 'y', 'z' e, como podemos perceber... também a 'w' e... a 'v' !
e quem está lá pelo transporte com o pé atolado na "p.q.p." e quem acredita no poder revolucionário de transformador da educação levando sua bandeirola de "a,b,c" e tantos preocupados com a saúde contando e fazendo contar infinitamente até 33 a testar os pulmões aos brados de filhos na luta! hinos e mais hinos, velhos e legitimados. mas realmente, nem a seleção de futebol salva mais esse país do que a beleza de sua bandeira e seu hino... ô maldição! essa gigantude e com uns símbolos nacionais bonitos? assim fica muito difícil de dividir tudo certinho... mas sigamos com a culinária... que é hoje tão revolucionária.

incoerência.

digamos que, nossa saladinha de batatas com vinagre precise ser cozida. estamos fritos? jamais... estamos feitos. calor é o que não falta. tanto humano, quanto um calor desumano também...

comparando uma ideia e/ou ideologia à onomatopéia gráfica da pequena lâmpada. muitas ideias da mesma ordem, ou com intensões coesas estam nas ruas... como se cada pessoa carregasse consigo a potência então de uma lâmpada! bem, assim é como se uma tempestade de raios se manifestasse conjuntamente a cada passo da marcha. a corrente de um raio é de 30 mil ampères, ou seja, a corrente utilizada por 30 mil lâmpadas de 100w juntas. Em alguns raios a corrente pode chegar a 300 mil ampères! e levando em conta que cada cidadão em protesto tem várias ideias na sua cabeça... assim entendemos porque a voltagem de um raio pode ser algo entre 100 milhões até 1 bilhão de volts.

tensão.

estão à chamar os transeuntes com ideais de vândalos e vagabundos, de bandalheiros e destruidores da ordem... um blá. blá, blá sem tamanho e repleto de convergências na história para demonstrar sua incoerência. as pessoas agem de forma similar mas têm atitudes diferentes! é óbvio... mas a mídia persiste em velhos hábitos. como a novidade de ontem, de apoiar as manifestações. coisa inevitável, inclusive...

mais legal que tudo! a 'geração vinagre' (outro apelidinho incrível) se concentrou ontem no largo da batata! pique salada mesmo... achei de uma coerência majestosa os vinagretes indo pra lá! mas prometia haver mais gente que antes. e cada vez mais gente... e quando junta muita gente. cada um deixa um pouco de ser somente um 'si próprio' e permeia-se em parte com o todo. é bonito por um lado. é integrador e tal. mas é massificante igual... muita gente junta, aglomerados, nortes por todos os lados...

fobia.

"sem violência" - eu acredito sim nisso! mas mesmo assim o medo é tremendo. mas é meu...
aliás é muito fácil apontar dedos para todos os lados e sair julgando as pessoas por fazer ou deixar de fazer. sair rotulando quem é o que, quem vem de onde. julgar e criticar é tão mais fácil que agir. e tantas vezes as pessoas, recheadas de suas próprias opiniões magricelas se ocupam mais em criticar os outros do que em falar sobre o que acreditam. é estranho beirando à hipocrisia. acreditar nisso me tranquiliza da culpa imensa que sinto. porque eu não julgo ninguém. então, quem me julga... que se foda! e, também porque sei que meu medo e minha culpa ultrapassam estas circunstancias específicas! e, inclusive, é melhor que estejam bem guardadinhos nesses casos.

olha só, não é de empolgação abestalhada para me autopromover que digo isso... e eu digo: minhas redes e ligações neuronais são feito coquetel molotov ou coisa mais devastadoramente idiota! e eu sei que mesmo acreditando em agir pacificamente, em circunstancias de aglomeração, qualquer idiotice que atravessasse meu caminho seria arbitrária repreendida. nem sei do que mais eu me envergonho. da minha falta de coragem ou da minha truculência com um temperinho de autoritarismo cheio de razão. se bem que, em geral, ter razão eu sempre tenho mesmo... rsrsrsrsrs mas argumento até convencer quem discorda, numa boa, com paciência e, reconheço caso me convençam do contrário.

mas eu sou dessas que deveria estar lá. talvez amanhã eu vá...

só que não. mais provável é que cada vez mais me revolte e com cada vez mais coisas como o que começo a ver. people against people... wrong!!! that's what they want. ai meu povo. brasil acordado mas ainda tão mau educado... cade o respeito pela ira alheia? cade o respeito pela opinião alheia? cade a porra do respeito entre todos eu te pergunto! respeito agora é garantir se prédios sejam imaculados? depois de vermos a própria polícia depredando patrimônio público? eu sei lá... eu não sei mais o que pensar... aliás, ando perdendo o apetite!

chuviscos

as vezes as lembranças ficam rachadas. e a rachadura é um marco eterno desconcertante.
era um sábado a noite e chovia enquanto um automóvel qualquer levava uma pessoa específica para casa. na verdade, uma pessoa específica dirigia para sua casa. na verdade muitas... e outras tantas iam de formas diversas para diversos lugares. ou permaneciam.

tem uma música do roberto carlos :: "chuva fina no meu pára brisa, enche de saudade o meu peito"...
era assim mas não exatamente assim. era a lembrança de um velho e romântico hábito. um hábito bobo de achar bonitas as gotinhas de chuva e de achar interessante a visão através do vidro cheio de gotas de chuva. ele não gostava de ligar o limpador de pára brisas... queria ficar dirigindo e vendo ali as gotinhas tão lindas.

mas isso não é nem sequer seguro! é apenas interessantemente bonitinho. uma certa devoção à natureza e uma certa falta de responsabilidade no trânsito... uma certa saudade num sábado à noite aleatório. saudade de pessoas e pequenas coisas que seguem num fluxo diferente da vida. mas todos os rios desaguam no mar.
e toda água que se evapora, uma hora... chove.

esse chuvisco do título também poderia ser uma daquelas aparições/momento poltegeist! bem que podia... um espaço no vácuo do tempo cheio de fábulas em que você se depara com um nada (uma tv chuviscando fora de sintonia) e a partir daquilo se transporta automaticamente para algum sentido supremo e sobrenatural próprios. bastante pessoais e cheio de miudezas internas que fazem-no inventar a razão daquele instante sem sentido. é quando tudo se ultrapassa.
e o que está ultrapassado no passado se faz presente intensamente.

e ocorre o mesmo. igual. o nexo é da mesma saudade das pessoas e coisinhas e lembranças que agora seguem num fluxo diferente da vida. não rolam lágrimas. nenhuma sequer! porque todos os rios desaguam no mar. e toda água que evapora, uma hora essa água-ar vira chuva e vem molhar. e como cantava o jorge ben :: "chove chuva, chove sem parar".

quarta-feira, 12 de junho de 2013

uma borboleta laranja !

hoje é dia dos namorados aqui em brasil. acordei toda pirilampa cedo demais da conta com uma musiquinha na cabeça... e ainda descobri que a capa do disco 'graceland' de onde saiu essa musiquinha é uma imagem de uma certa espécie de possível são jorge... um homem em seu cavalo branco! gostei. e com detalhes de escudos vermelhos e tudo... bacana. veja e ouça por aí ::


daí o lindíssimo da minha vida me telefona com notícias coloridas, mesmo que não tão completamente felizes... já que cinza, verde e branco hospitalar é um pouco estranho à ideia de um dia assim, feliz em completude. mas outras cores surgiram nos timbres. nos desejamos apenas bom dia. 
como todos os dias devem e podem ser bons! um bom dia brilhante e já cheio de horas acordadas na voz! 
e colorido como os mais lindos voadores.

que a mente possa estar em outras terras, num outro espaço. 
dimensões paralelas da violenta realidade. 
que possamos em pensamento produzir este estado de graça desejado para o plano real. 
coma menos carne. escute mais paul simon!

quarta-feira, 5 de junho de 2013

cheiro de sonho, passo de valsa

então era madrugada e lavou os cabelos. isso não era costume. então era som sem eco.
mas vibrava. vibrava de verdade. vibrava sem resposta, mas vibrava.
voava janela afora. soava dentro dos ossos. percutia o cálcio.

aquele marca se fosse na carne era quelóide. no osso tem nome de calcanhar fraco.
é calo. calado. tantas caladas da noites... uuuuu...
agora um refrescante aaah! na boca da manhã com flúor do mal.
engasgada pineal e hálito de chiclete. daqueles tipo: vamos sorrir mais? dããã

era silêncio da voz. mas jamais das palavras. era filtro na orelha. cotonete e...
tampa! era silêncio na voz, nunca no gesto.
não se cala uma intensão. impossível não haver o som.

calo. reverberando intensões para os pássaros.
maritacas e periquitos. aguardem... ou, não! não, não aguardem.
sentem-se nos parapeitos e esperem. poderão ver.

em breve se lançará em voo solto!
todo o som. a voz que houver. o pouco resto que lembra como voar...
voará de alma e corpo. vibrante. dançando no ar. como sempre foi
e seja lá como for - como sempre será.

dançando em formato de retrato. de vagar e com sorriso eternizante.
é documentada de várias formas essa bobagem. são monumentos de areia.
à beira mar... igual é variada a forma de interpretar. e de destruir as coisas também.



p.s. só queria dizer bom dia ! bon jour...um bombom. com recheio de paixão e sabor de ventania.

terça-feira, 4 de junho de 2013

serra do luar

como dizia o franco, walter...
viver é afinar um instrumento, de dentro pra fora e de fora pra dentro. a toda hora e em todo momento.

hoje eu penso nisso. no que realmente quero e nos significados de todas as coisas. uma confluência de passado, presente e futuro. uma cachoeira, enxurrada! nessa serra de tanto luar. e procuro ainda, versando sobre as sábias palavras de mesma sapiência do sincero sisudo muito louco de poucos verbetes e profundíssimos refrões.

tudo é uma questão de manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo.


tenho três motivos que me mantêm pulsando o coração... e nenhum deles é ventrículo ou ventríloquo ou horta ou aorta, nem seja carótida. nem caridade alguma. nem bondade nem boazinha. os três motivos são tais: eu e a minha teimosia, meus sonhos e sua resistência em ficarem sonhando insistentemente em mim, e ele... ele que ainda faz vibrar as cordas de todas as dimensões como sempre e cada vez melhor. todo o resto está descompassado! é total disritmia... assim, não há muita tranquilidade no coração. só esse desejo imenso e profundo de fuga, que me faria estar mais perto de mim e longe de tudo que me tira o chão...

a mente quieta? bem... as vezes ela se cala sim. em silêncio negro e absoluto. como se absorvida pelo mais gigantesco nada desse mundo. entretanto, tantas vezes se descontrola em pensamentos desajustados e milhões de ideias que dificilmente se organizam... muito menos se organizariam para chegar a materialização na vida real.

a espinha ereta também vai mal. dores muitas nas costas e pés e estruturas. o corpo sempre reflete as padecências do espírito. neste ponto é meio óbvio. se nada parece se sustentar. como então minha coluna se aguentaria bem? ela dói. até ciático andou me dando dor nessa friaca doida da paulicéia! nem lombar, nem dorsal e a cervical menos ainda (que carrega uma boa parte 'do mundo') nada se organiza em si, nada se ajeita... cala pequena vértebra quer também fugir... cada uma espremendo para um lado ou outro as cartilagens, forçando os músculos páravertebrais para o escambau. eu preciso com urgência retomar práticas corporais com afinco e disciplina... pois que talvez uma coisa vai puxando a outra, talvez...

ou outra coisa vai puxando uma... não sei como dizer e mal sei como fazer. só que cada coisa vai voltar aos poucos para o lugar. apenas. agora, depois de cismar com palavrinhas que precisaram sair da mente... vou voltar aos estudos. que tenho praticamente um semestre em um mês pela frente!!!

quarta-feira, 29 de maio de 2013

nas rendas da lua...

[ recomendo o áudio 'merda cara' e recomendo ainda observar que lindo o logo do tal 'n3ph3phs' que postou esse fela no tubo! thanks! ah, pra situar-vos esse post é complementar ao 'dançando no lua cheia' ]

nas rendas da lua...
o tecido da memória em pano branco amarelado pelo tempo. coisas que guardamos tão secretamente que... perdemos a noção do que fazer com elas... nem sempre é antes da morte que a vida inteira passa diante dos nossos olhos. tantas vezes, flashes nos fazem retomar as lembranças com cheiros cores e sensações, inclusive térmicas ou táteis ou sentimentos em si... eu perdi muitas memórias e perdi de diversas formas... esse lapso rompante de recordações de si e de sua histórias e suas ressignificações pode ocorrer a qualquer instante e por qualquer razão aleatória. aconteceu com a moça quando encontrou seu lenço. acontece comigo com certas canções, quando vejo atitudes se repetindo, quando sou invadida por saudades ou por imagens variadas. fico inundada do meu não-ser estando solta e presa ao mesmo tempo. presa ao mesmo endereço como uma pássaro que nunca rompeu sua casca e cresceu com esse medo de voar, mesmo cheio de certeza sobre seu destino passarinho... é como a mencionada exata epifania de james joyce, uma repentina revelação da natureza essencial de um objeto, pessoa ou situação. com a única diferença de que passei a vida agindo conforme meu íntimo me impelia e me cobrava... mas sempre entre nebulosas confusões. como se sempre visse sem enxergar com clareza. como se eu soubesse o que fazer mas sem saber a maneira nem o momento... ou como se eu já o tivesse começado a fazer e me perdi no caminho...

dançando no lua cheia

parece que o lua cheia é um bar na beira de um lago. o título acima é de um livro desses que se compra no metrô pagando o quanto quiser, sabe? que você coloca uma nota e sai o livro. aposto que a pessoa que me presenteou com ele por saber dessas minhas brincadeiras com a lua pagou só dois reais! rsrsrsrs a-pos-to!!! mas, tenho absoluta certeza que entregou para mim já valendo o livro uns duzentos contos no mínimo - só por causa da dedicatória, do carinho, da intensão, da data celebrada... duzentos nada! dois milhões bilhões de infinitos valores monetários cujo preço jamais avaliaria um presente de dois reais que o credicard jamais me daria! (é que na máquina só entram notas de papel-moeda, não aceita cartão! hahahaha) ganhei o livro em fevereiro e só comecei a ler esses dias. numa fila dessas... contei então ao galante moço que me presenteou com essa preciosidade das edições mandarim ::

to lendo o livro que você me deu. aquele da lua cheia...

e é bom?

é barato. mas to gostando de ler...

hehehehe. barato é foda!

segunda carta à ilha dos aborígenes e algumas histórias de pescador...

recomendo a pequena lista de vídeos (por causa do áudio)... para ser ouvida enquanto se lê, bem como foi ouvida enquanto se escrevia.... esta aqui, vou chamá-la de 'doo'

então, eu havia meditado em mil maneiras mirabolantes de tratar disso. mas as vezes o mais óbvio e gritantemente simples jeito de se fazer é certamente o mais interessante. ferramentas todas dispostas, vontade exposta à ponta dos dedos sem proteção de queratina. é claro! eu tenho meu próprio salão de metáforas. exatamente aqui. onde hipérboles mil e semióticas multiplicantes me permitem qualquer manobra com uma liberdade extra. nesta hermenêutica sideral, está permitido muito mais que o habitual. perfeito!
mais perfeito ainda tendo em vista o fato de que meus caros amigos aborígenes em questão - e também a tubarão branco fêmea - costumam visitar estas estelares cercanias... do princípio:

boa tarde à todos os habitantes da pequena ilha. olá alegres terráqueos nus. anda comum por aqui um vídeo chacota de que o verdadeiro deus é um aborígene não se sabe de onde, fulano bastante gozador. é engraçadíssimo. vocês deveriam ver! gosto de pensar nos senhores e nas terras longínquas, gosto de pensar no barulho do vento desses lonjures. frequentemente confundem por aqui a sonoridade do joão - minha atual voz instrumental, o 'cara' à quem me refiro frequentemente como marreco. existem marrecos por ai? sabiam que eles são um tantinho mais roucos que os patos? e mais desengonços também... - confundem vira e mexe a voz do joão com vosso famoso e tribal instrumento: o didgeridoo! pois é... mas confundem também com berrantes, daqueles de chamar boi... minha amiga do mar também aprecia bois e caubóis, além dos peixes e da imensidão tempo-espaço-aquática. acho que só quem mora numa ilha sabe, de um jeito bem específico, o quanto a água interfere no nosso metabólico sistema tão líquido! tanto em matéria como em sentimentos... engraçado que o que me parece mais com marreco, que diz-se 'drake', é o primo mais comum, conhecido pelo nome de pato: 'duck' . então outro dia resolvi dar um título de nobreza ao meu querido companheiro... ele tornou-se duque! duque das terras de uberaba e uberabinha, do senhor marquês de sabará! mas, continua e continuará a ser de uma espécie pouco pouquíssimo conhecida. chamando-o pelo nome que for: fagote, marreco ou duque... poucos sabem do que se trata este instrumento. tanto faz. pra mim, de verdade, trata-se muito mais do que isso, muito mais que um simples sopro para soar. era um novo sopro de vida. está se esvaecendo. tenho a árdua tarefa de impelir esse 'boom' negativo de tomar conta de tudo... óô_u (who remembers icq? well, im seeking me!)

ainda, outra coisa nos aproxima absolutamente! a respiração. a minha para a prática instrumental, que também pode ser praticava como a vossa respiração circular com a mesma finalidade... a respiração de meditar sobre o tempo. que também ocorre no universo underwater - não é só de inspiração de expiração que consiste o ato de respirar. mas também de comunhão, de diferentes formas de agir e estar-se. as vezes se aproximando de uns, ou se afastando. outra coincidência é o double o [ oo ] o nome pros italianos remete à lenha dobrada para fogueira: fagote (e talvez eu já esteja mesmo quase ao ponto de queimá-lo para me aquecer... tempos atrás fiz um desenho com um circo pegando fogo, e o duque joão marreco estava na mesma fogueira! é a deusa da arte que poderia me alimentar... brava de tudo! em aboluta revolta natural contra mim, me destruindo sonhos e ações) mas em inglês se diz bassoon... como em doo, noo, etc

a história de pescador que queria vos contar é a seguinte: "tubarão apaixonada pelo pescador" e trata de uma história dessas de pegar nossos sonhos na rede. tipo a mariposa apaixonada de guadalupe que espera pelo seu caminhoneiro, por amor. diz a lenda que o pescador salvou-a de redes que, por engano, a levariam para a morte e, desde então e para sempre, ele nunca mais conseguiu pescar pois a tubarão ia atrás dele perseguindo seu barco onde quer que fosse, fazendo gracejo e pedindo carinhos e mimos. e assim foi que o pescador mudou de profissão. o caçador tornado amante. por imposição da magnitude da natureza. entra no mar apenas para cuidar dela, que sempre o espera. sempre o procura. sendo um mal e um bem ao mesmo tempo. como tudo. e lhes conto aqui essa lenda para tratar do assunto maior. o bem e o mal de cada coisa.

e realmente adorável ter recedido vossa resposta à minha primeira correspondência com tanto entusiasmo e alegria impressos em letras de mão. tanto pela sua alegria quanto pela sua preocupação com o andamentos das questões brasilis... existe aí já um lado bom e outro nem tanto no início de sua resposta. vosso acolhimento para com os problemas destas terras são um alívio gigante. faz-me sentir compreendida apesar dos oceanos! desde sempre. não é à toa que suas tribos se reúnem sob este codinome cujo significado para a remota língua latina é então 'desde a origem', sendo assim, desde sempre. desde sempre nos amamos e desde sempre me compreendem melhor do que as confusas divindades que se espalham mundo afora confundindo-nos todos entres crente, fervorosos carente, entes de fé cega e outros de faca amolada. poucos os que de verdade podem mover montanhas. vocês podem mover as minhas!

entre as tantas absurdas e grandiosas questões humanas nacionais... a minha pequenina angustia habita também uma ilha. uma pequena ilha no sul, com nome de santo. daquele santo católico amante dos e conversador com os animais. voltamos à natureza das coisas. lá habitam dois membros do meu clã sanguíneo, cada um deles com suas dificuldades específicas em lidar com o próprio cotidiano e suas mazelas. o que mais me perturba é a distância limitadora. minhas ações para melhorar a situação parecem pouco perto do necessário e entretanto muito, quiça demais, dentro de minhas possibilidades. minhas emoções... para piorar a situação, se derreteram como esculturas à beira mar... a desestruturação tamanha, promovida pela onda gota d'água - justamente num dia de páscoa em que eu voltava do epicentro sé cheia de alegria musical, tendo encontrado o nosso candidato à papa em pessoa... mas isso é uma grande bobagem e não é lá grande coisa, apenas fato que não ocorre diariamente e dá um jeitão de coisa especial ao dia -a desestruturação maremoto, vendaval, furacão foi copo transbordante para mais de mar. reclamar tornou-se inevitável, por isso perdoem-me por ter deixado escapar essa mazela maldita de minh'alma entre as singelas felicitações mergulhadas em sorrisos que pretendia enviar-vos.

disse bem meu compositor querido de nome chico: já lhe dei meu corpo, estanquei meu sangue quando fervia... a voz que me resta, a veia que salta. olha a gota que falta pro desfecho da festa. por favor, deixe em paz meu coração que ele é um pote até aqui de mágoa! e qualquer desatenção, faça não... pode ser a gota d'água!!! foi gota, foi copo, garrafa, mar e oceanos todos. não me restou opção do que agarrar essas garrafas todas e tentar ajuntar mensagem externas e internas. estou já há quase dois meses nesse trabalho. isolei-me numa caverna e o fogo foi pouco para esquentar, mesmo tendo sob meu olhar um vulcão lá fora, em plena erupção! transportei-me para esta terceira ilha imaginária. para dentro de mim. nadando em fuga. nadando em círculos. aqui estou agora. ferrada. ferramentada de garrafas de todas as coisas e tentando permitir que letras palavras ideias e angústias saiam de uma vez por todas de dentro de mim. de dentro desse emaranhado novelo de muitas linhas de pensamento emboladas. diversas frustrações e medos de todas as cores, de todo aspecto e espectro de mim misturadas por uma decepção pontual e tão tremenda... que só me fez mais foi sentir falta de mim novamente, querer repensar quem sou e raios vim fazer aqui... que vou fazer da minha vida. ou da minha morte? que merecerei assim, tão fraca e impotente que mal me cabe lutar por mim mesma. muitas questões do passado voltando à tona e me cercando à ilha feito tubarões famintos! quem me dera apaixonar-se um deles por mim... e me forçar um significado novo. inevitável voltar as minhas origens mais uma vez. voltar às origens... mais uma vez!

meu cérebro está dilacerado de novo e meu corpo frágil e fraco, de verdade. sempre o sono. o desejo do sonho. um cansaço repleto de vontade de reviver! o sonho é uma brecha de ar para a realidade. uma alternativa à ela, inclusive em relação ao tempo. o sonho é um despertar interior e uma possibilidade de vida extra. lembrar-se deles e organizá-los. os sonhos de dormir e os sonhos acordados... parece-me que em cada garrafa cabe um pedaço de linha colorida para amarrar uma pequena mensagem de socorro. talvez eu pudesse... se conseguir desembolar tanto nó de mim. não, eu não estou melhor. mas não há porque ter dó. não tenha pena, sentirei muita vergonha disso... cada um precisa cuidar das suas próprias feras. é claro que não gostas de saber que estou mal, que bom. mas é melhor ainda poder dividir, poder estar mal e dizer isso... eu, inclusive, também não gosto dessa situação.

existe um outro significado então para vossa presença. como um lado mau outro bom... são coisas simplesmente diferentes e que se complementam. são necessárias para existência uma da outra. como a luz e a sombra. a tua maneira de olhar para a lua como o pai e para o sol como a mãe, difere em absoluto do modo acidental de ser. talvez eu precisa apenas somar ao meu, um novo olhar. mas preciso de riqueza de detalhes e profundidade. para tornar meu masculino em feminino e vice-versa, com o devido cuidado. mergulhando fundo nos meandros de um novo significado. o antigo nunca sairá de mim pois me compõe. quero apenas que algo novo me complemente! desejo conhecer vosso tempo paralelo. o 'tempo do sonho' onde a espiritualidade espiral se apossa do real dando-lhe novos olhares e um novo viés. onde os mitos fundadores se remodelam de acordo com novas interpretações da realidade. assim, pode-se viver os dois paralelos. viver e sonhar fazem sentido juntos. isso dá sentido para muitas outras coisas. eu quero! venham cá, escrevam mais respostas, vou aí, vou ler mais coisas, vou praticar. sim! é na prática que percebemos o novo desenvolver de tudo...

“O conjunto dos nossos pensamentos sobre o que somos e o que outras pessoas são tem que ser reestruturado. Isso não é engraçado, e eu não sei quanto tempo temos para fazê-lo. Se continuarmos a operar a partir das premissas que eram moda na época pré-cibernética, e que foram especialmente reforçadas durante a Revolução Industrial, premissas estas que pareciam validar a sobrevivência individual darwiniana, podemos ter vinte ou trinta anos antes que a lógica ‘reductio ad absurdum’ de nossas antigas posições nos destrua. Ninguém sabe quanto tempo temos, sob o atual sistema, antes que algum desastre, mais grave do que a destruição de qualquer grupo de nações, nos atinja. A tarefa mais importante hoje é, talvez, aprender a pensar de uma nova forma”

vossa presença é precisada. é necessário mesmo estar junto com mais sensações. recebo com felicidade as notícias dos seus mergulhos mais frequentes. tua sabedoria e conhecimentos se ampliam certamente em cada jornada e em todos os sentidos. do prazer e do saber. acho engraçado quando as pessoas dizem 'there is no place like home' nunca pude sentir falta da minha casa. nas poucas oportunidades de afastamento que tive, senti falta das pessoas, mas nunca de mim ou de algo que fosse meu. francamente sinto-me mais presente em mim mesma quando estou longe do que quando estou perto. e, diferente do que acontece com a maioria, me apresento em profundidade e abocanho o íntimo de cada um quanto mais presente em mim eu esteja. a distância preserva ótimas amizades. algumas superficiais, algumas íntimas e possivelmente eternas. temos cá também nossos princípios fundadores. indígenas, aborígenes do pindorama. no fundo no fundo, tanto faz quase tudo! temos todos nossas caixas de pandora.

no universo infinito de possibilidades, a distância é só mais um quesito pequeno. e se aplica em cada pequeno instante ou situação momento específico de maneira diversa... não há meio mundo que separe. não há toque de pele que reúna. o que verdadeiramente nos une é a dedicação que temos, os pensamentos que temos, o cuidado que temos. uns com os outros, entre nós e o mundo. cuidado este que foi absolutamente dilacerado por aquele que deveria estar no papel de provedor e decidiu-se acovardar e tornar-se vítima de sua própria covardia passando a violentar a inocência daqueles que deveriam estar sob sua proteção... além de triste, foi revoltante. essa revolta reviravolta é que atormentou as marés, trocando as luas do céu e confundindo tudo. mesmo com eles, houveram vezes de troca mais próxima bons e maus e de trocas à distância bons e maus também. nada comparado ao malefício de retomar um velho e destruidor vício como o presente apresenta... eu fico pensando que sentido existe entre ir e voltar. o que é sentir falta das pessoas... quando nós mesmos mudamos tanto e nos perdemos no inferno do próprio interior tantas vezes. sem bússola! sem gps! mesmo assim continuarei mandando notícias para os endereços que tenho! mandareis cartas à vossa bela grande ilhota. ilha bela!!! temos cá uma também, menorzica de tudo. mandarei notícias siderais como esta, sempre que houver energia para tal. mandarei em breve, tanto mais quanto possível! meus pedidos coloridos amarrados às linhas de lã já desatadas! escreverei confissões e desabafos sempre. contarei aventuras de todo gênero, reais ou irreais, de sonho ou de carne crua.

achei muito bom que aceitaram a companhia da mergulhadora para estar por aí pelo fundo do mar aprendendo mais e mais com vocês. à caça! em breve comeremos peixe. peixe fresco. comeremos peixe cru e faremos uma festa! com nadadeiras, barbatanas e sons graves, bem graves, tão graves quanto os ecos do centro da terra. abraços clássicos para o canguru e pro koala antes que eu me esqueça de passar em algum ponto turístico durante a entrega da carta. e, vamos ao deserto, onde há muito para plantar! e para ouvir. comeremos peixe cru de pés descalços na terra seca. vendo folhas verdes de um tom sem igual. deixo aquele abraço de quem almeja a gentileza das laranjeiras. aquele abraço!

terça-feira, 28 de maio de 2013

non sense darkness

infinda sombra vinda de algures. pra que me levar tão longe? por que faz questão de mostrar que o fundo é mais fundo do que se imagina? e que estamos ainda no mio do caminho...
como se eu já não soubesse disso...
tem mais de mês que nem sequer escrever eu podia. coisas simples e saudáveis que não consigo fazer. sem explicação lógica. sem explicação alguma que sirva para os seres que pensam com lógica do tipo lógica...
sento-me agora entregue as letras. a deixar que os pensamentos soltos saiam da mente pro mundo.
diferindo das estratégias da semana passada. de me jogar entre pequenas coisas e dexar que os pensamentos saíssem... mas ainda muito tímidos demais.
estão todos perdidos e desorganizados. a lua cheia reviravolta das marés internas. salve salve guia de luz noturna e madrugueira. luneta lunática. me faz lembrar do chico ciência: me organizando posso desorganizar e desorganizando posso me organizar. apesar de que não faz sentido algum pra mim tentar definir 'organizado' x 'desorganizado'... esse texto vai com pausas. como segue. como puder seguir o frucsu dos pensamentos e palavras. desejo-as livres e soltas. por mais que pesadas.

devaneios quase pânico. travestido em egotrip do mau. parece que prejudico tudo e todos por respirar e pensar. parece que incomodo o mundo e todo mundo que nele há. coisa mais absurda de se pensar. em tudo que faço há algo errado... se vou está ruim, se fico tanto pior. e adiciono o medo que me persegue, que me perseguem. que cometi crime suposto a respeito de nada. mesmo gracejando risadinhas na tentativa de me amenizar... sinto-me criminosa até se quiser ficar calada!

parece que quando vivemos de olho apenas nas coisas pequenas é mais simples, mais raso e mais fácil manter-se alegre. mas ora e vez um outro olhar cisma em nascer. quando brotado se vê tudo mais lindo e límpido... e também mais profundo. e a profundidade das coisas carrega muito dos dois lados. nos permite ver uma beleza maior! e também um mau latente em cada coisa... a gente pode pensar diferente e sente de verdade que pode fazer a diferença. mas com a precisão deste olhar de cálculo muito mais complexo. se tem mais noção da força que demanda. daí... é preciso um esforço sobrehumano. tanto para ter coragem como para desistir. porque negligência é culpa. braba...


cochilo em fuga é coisa frequente. dormir ajuda a gente a se anestesiar.o foda é q o sono vem derrubando a gente na hora de agir! e então na hora de descansar vêm as caraminholas... o ficam girando que nem mariposa em vórta da lâmpida só pra atormentar. tem sorte quem já cruzou com um olhar de carabina. de dar significado a tudo instantaneamente e frear pra sempre o pulso e curso de tudo.


pensei em dois parágrafos pra cá enquanto cochilava... agora estou tentando me lembrar...

... ... ...

é como se houvesse ali uma bolha película. fina entretanto extremamente densa. e estar-se dentro e um escuro sem igual. um escuro sem estrela. numa bolha sem luz, sem canto, sem umbigo, sem porta ou janela, sem coberta mas também sem temperatura. as palavras certas de quando pensei nela sentido-me então reclusa neste não-espaço, as palavras exatas fugiram porque agora a sensação é ligeiramente outra... mas o conhecido lugar escuro está menos quadrado e frio. é redondo e misterioso.

tinha outra imagem do cochilo que ainda não voltou e acho que se perdeu no campo onírico. carrego a tristeza dos dias e a tristeza do esquecimento... parece que em nada sou poupada. até de me sentir culpada por cada sentimento que tenho... oh, mas você tem o 'corpo em perfeito funcionamento' não tem do que se queixar. oh, mas tens lar e família não deveria se queixar. oh, mas és inteligente e cheia de oportunidades, não se queixe vá a luta! caralho, e eu estou fazendo oque? estou tentando, lutando comigo mesma! agora resolvi reclamar e francamente acho que está me fazendo bem! fiquei quase dois meses sem escrever nada... omitindo vários sentimentos. ah... chega! tô mau, tô numa crise do cacete. to quase lá na estaca zero de 2007. descontrolada e com vontade de arremessar as coisas pela janela, ou nas paredes só pra vê-las se estilhaçando. não cabe tanta coisa esquisita dentro de mim! 

decidida pela franqueza! franqueza absoluta mesmo que psicótica! pronto. decidida em passar todos os rascunhos a limpo e tirar ideias do papel e ou atirar os pápeis rejeitados ao lixo e pronto. e ponto. 
i must move on. tipo um get over me _ my self... das duas uma, ou eu acho pelo menos uma lanterna ou eu aprendo a andar no escuro de uma vez! visões noturnas! lá vou eu de volta pra cama.