quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

as coisas que se vê...



... assim quando estamos de fora. a gente vê cada coisa!
e com uma clareza diversa. um sorriso intirável do rosto. uma calma que é só sua. um poder de observar.
o difícil é olhar pra si. é muito mais difícil. e geralmente remexe o sorriso, põe alguma coisa de canto.
vira o olhar pra outro lugar.  porque dentro da gente é uma escuridão infinita de coisas que não queremos enxergar... mas enfim. eu tento muito e mais e mais olhar pra mim! 

mas falava de olhar de fora pensando em ver  o tempo que passou e pensar nos tempos que virão. em que espaço estarei. o que quero pra mim e para os outros que estão perto direta ou indiretamente. e pra isso, acho que o saudável exercício de distanciamento para observar o lado externo já é um bom adianto.

me vejo entre algures de firmeza, um apoio rijo e certo e entre algo mais totalmente flexível e que pode se romper com o tempo, sempre se mexer com o vento, aguentar as intempéries ou não. 
sustentar meus sonhos ou fazê-los dissipados voar mais e mais e nuvens aumentar em vontade e diminuir em realidade... densas de gotas acinzentando. é preciso cuidado com isso. saber lidar. 
não há outro apoio material além da pouca rigidez e de toda fluidez e flexibilidade descritas do espaço. 
e há o espaço todo, o espaço repleto de nada. de pequenas luzes possibilidades desconhecidas. poeirinha, poeirinha, poeira, poeirinha... não dá pra saber quantas! muitos possíveis acontecimentos... 
ainda por imaginar, ainda por desejar. 

eu quero a liberdade que caça jeito. eu  desejo tudo que eu for desejar no futuro. 
desejo presentes os meus passados aprendizados. 
desejo amor  concreto no material e no imaterial do mundo. 
desejo que o mundo possa sentir todo o amor do mundo. quero a graça de graça. 
quero face corada que é do riso gostoso, faceiro de façanha safada... quero abraço de verdade, e abraço imaginário. quero beijos  molhados, estalados, secos, estrelados, estelares. quero estar em todos os lugares. 
ao mesmo tempo ou em cada qual ao seu tempo. quero que o meu tempo seja cada vez mais meu.  e quero cumprir todas as promessas que fiz. e que me fiz!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

renovações!

foi, foi. eu disse que 2012 já havia começado para mim! e começamos muito bem.
pela última lua cheia do ano, pelo último eclipse para os próximos 3 anos... comecei definitivamente a pagar minha promessa! com direito a disciplina, esforço, prazer, aprendizado. com ajuda de amigos. com planilha! é! já programando tudo certinho para registrar os próximos feitos. pois que de agora até dezembro do ano que vem, toda lua cheia é convite para um baile delícia, onde quer que seja e como quer que eu esteja. com som ou com silêncio. agora só falta mesmo eu arrumar um calendário lunar! talvez fazer listas de músicas especiais boas para dançar ou boas para participar do momento profano-sagrado-cotidiano. tranquilo. foi mais fácil do que eu pensava. teve show, teve sala, teve piscina, teve festinha na casa dos outros, teve de tudo, teve dancinha na cozinha. todo dia, todo dia, todo dia.
e ainda, o último dia de lua cheia foi qual? 17 de dezembro! eita coisa significativa... 
dia de celebrar a morte do meu padrinho nano e o meu renascimento. é, meu segundo aniversário na vida foi no mesmo dia que ele se foi! caracoles, né? um tombo memorável... e teve gente me dando parabéns esse ano sem querer! foi incrível! e agora, além de ter sido o arremate da minha primeira sessão de cumprir o prometido, merecido pelo pedido atendido já faz até tempo... bem, foi também dia de celebrar o amor! teve o casamento de dois amigos sem igual, já com filhotinho e tudo! uma família linda. um dia gostoso pra lembrar. uma semana ótima pra lembrar. pra empolgar a labuta que me espera na sequência... 

sabe? pagar 'as dívidas' é bom demais! deixar as coisas em dia... 
é, acho que são jorge está orgulhoso de mim.

feliz año nuevo!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

futuros ocultos

de perto fomos quase nada
não se afobe, não. que nada é pra já
como nunca se mostra o outro lado da lua
os escafandristas virão explorar sua casa, seu quarto, suas coisas
demasiadas palavras. fraco impulso de vida
milênios, milênios no ar
ó eclipse oculto na luz
pode esperar em silêncio. num fundo de armário
até que nós fomos felizes. só durante o prelúdio
vestígios de estranha civilização
travada a mente na ideologia. e o corpo não agia
quem sabe, então em alguma cidade submersa,
sábios em vão tentarão decifrar sua alma, desvãos
o eco de antigas palavras
meu coração galinha não quer mais frustração
amores serão sempre amáveis. futuros, quiçá
nada tem que dar certo
fragmentos de cartas, poemas, mentiras, retratos
paramos no meio. sem saber os desejos aonde é que iam dar
não se afobe, não. que nada é pra já
só mal disse ao que veio. Atolado e aflito
aquele projeto ficou no ar...
futuros
passados
se amarão sem saber
o que será?
com o amor que eu um dia podia pra você
quero que tudo saia sem grilos
sem desespero, sem tédio, sem fim...
e não deixo de querer conquistar uma coisa qualquer em você

livre bricolagem. 
a partir de "Futuros Amantes" do Chico Buarque + "Eclipse Oculto" do Caetano Veloso

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

passeio na praça

a melhor noite dessa última lua cheia foi a de sábado. tinha festa com fogueira no quintal gramado. papagaio cantando, pessoal batucando, cachorro latindo e tudo dançando. e a lua lá. ali linda. depois teve uma noite com o vovó na pracinha. ele comeu churrasquinho do chiquinho, eu comi queijo coalho com muita pimenta e nós conversamos e olhamos o céu. tanto amor. e depois teve a noite de falar da lua (e do amor) e o assunto da promessa veio à tona. agora existe mais uma pessoa no mundo que sabe da minha maluquice mal resolvida. essa promessa doida. e sabe o que foi mais engraçado? é que a Rosane já começou a fazer igual a Carol fazia... já veio logo me avisar a data da próxima lua cheia! acho que eu posso perceber que vai ser fácil conseguir apoio (moral, tipo isso) pra fazer acontecer está pinóia que eu inventei... parece que o mundo conspira pra que isso dê certo! pelo menos pra eu me livrar desse trampo.

e tem fatos mais engraçado: neste momento presente desta lua de agora, deste agosto mais maluco doque nunca, havia 'o gajo' como uma possibilidade de ocupação deliciosa dos meus dias. é. mas... rolar... rolar, rolou. pouco, rápido e obtuso. objetivo e vago. muito gostoso, mas talvez um pouco mais ou um pouco menos do que ele esperava. ou muito. mas o curioso não é isso. curioso é que eu passo sempre por ali no paraíso, numa outra praça, desde o início do ano para ir pra escola municipal de música. e eu sabia que nessa praça funcionava a tal rádio onde trabalha - ou, até onde eu sei, trabalhava - o objeto da minha promessa. pois bem, na noite em que encontrei 'o gajo', esse outro, foi por ali. e justamente naquela noite eu descobri onde era a rádio! caracóis! já passou semestre e eu não via, não enxergava aquele lugar! na noite de curtir o outro ali... pá! aparece na minha cara. pecado capital! total! só me abalei uns minutinhos, beleza. mas fato é que poucos dias depois estava eu tomando suquinho de limão e batendo papo com amiga em boteco e fui lembrar da promessa e de tudo o mais dessa história. por acaso? por acaso não, né? de certo por sugestão, ficou ali sugerido na minha mente de lembrar disso assim de repente. como um pensamento serpenteando... sem falar num sonho megaestranho que tive noite passada. nossa! uma busca, uma procura, uma noite clara, uma casa escura, uma pessoa 'x', uma escadaria. spells, stairs, silence... scary silence! poeira e pavor. e não achei ninguém e acabei sumindo tal qual papel queimando. sobrando farelo pretinho. voando. confusa. paira um silêncio atordoante. mas ao mesmo tempo tanta música toca em mim. é tanta tanta. tem muita coisa boa. quando a lua começa a minguar é pra gente plantar e renovar (espero que seja, e se não for de hoje em diante será!) estrelas e sonhos insones.

sábado, 2 de julho de 2011

as vezes acontece...

acontece quando alguma coisa pula
indecifrável, salta da alma
inexorável, não se aparta do pensamento
agita a mente, remexe o corpo

e não há mais calma

desejo impassível, mais do que uma paixão
é quase um incômodo, insônia do coração

urgência latente
o tempo não é nem curto,
simplesmente não há mais tempo

desespero é tanto...

...que magicamente provoca uma esperança...

...de alegria!


quarta-feira, 8 de junho de 2011

salve! salve!

aniversário é ano novo. não era o meu. mas importante pra mim. a gente se renova e renovar muda. na mesma semana, ela aparece com essa foto do generoso santinho... assim emoldurado por plantinhas, com spot luminoso apontado bem exclusivo para si. lá no alto. bonitinho.



não precisa fazer sentido nenhum. e, para mim, sempre tem um quê de tudo fazendo sentido. é essa minha conexão neuronal ultrarápida atacando devezemquandomente quase sempre. trazendo alegrias e tristezas, memórias e idéias de planos novos. e memórias de planos antigos. e desejos mudados. e desejos perdidos. ser feliz é o que importa mais. e cada um que busque sua porção de alegria e que, por favor, colabora com a dos outros, hein! por isso que essa renovação foi tão gostosa. ver a alegria e o carinho estampados (em outras imagens) me fizeram bem, me fizeram sentir bem, sentir mais amor. só para emanar mais vibrações positivas. sempre.

isso é em algum lugar do sesc pompéia. e eu nunca tinha reparado antes... ai ai ai, e as promessas? hei de cumpri-las e cumprir também minhas próprias vontades adormecidas e obrigações escondidas debaixo do tapete. tem aquilo que não precisa mudar, tem o que muda inevitavelmente e, ainda tem aí o que precisa ser mudado!

porque somos seres terrestres? porque ele mora na lua? porque você não vem me dar um beijo?

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

hoje...

recomendo a todos: Contato Imediato, do Arnaldo Antunes
tudo a ver com esse meu dia, com esse espaço aqui, com esse meu desejo, com o blog...

assita hoje! lá vai o link inteirão... como antigamente ::

http://www.youtube.com/watch?v=-sfu2WnTyhc&feature=BF&list=PL6B502B6ABD19815F&index=59

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

nada do que foi será de novo do jeito que já foi...


...e das estrelas que esquecemos de contar,
a primeira vez era a cidade, na segunda o cais e a eternidade. agora eu já sei! os olhos já não podem ver coisas que só o coração pode entender. são coisas lindas que eu tenho pra te dar! o amor se deixa surpreender, enquanto a noite vem nos envolver.

vou te contar...

a lua minguou e decididamente minguam-se com ela todas as minhas promessas. digamos que elas continuam existindo mas que eu estou previamente absolvida por mim mesma. pois, apesar de declarar que não vou mais segui-las a risca... eu vou parar de fumar em breve de qualquer jeito e, por muito tempo, talvez para sempre até, e em todas as luas que houver, vou dançar para o grande jorge, mesmo que o brilho reluzente do nosso astro não nos esteja a hipnotizar!

além das explicações promessísticas que hoje findam e ponto, a não ser que eu queira comentar algo inusitado ou coisa qualquer, além disso quero muito falar de mim. aproveitar mais esse espaço pra descer o verbo mesmo: eu estou temerosa para caramba. uma mistura de fé e precaução... ao mesmo tempo que eu tenho desejos e certezas eu tenho inseguranças e demoniozinhos (imaginários e reais) latindo bobagens ao pé do meu ouvido. sinto que se aproximam com força tempos de decisão e de mudança! e que venham!

(ê Tom Jobim, que onda boa... que onda do bem... valeu!)

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

pequenos plágios válidos (e devidamente citados... claro)

O POETA E A LUA
Vinícius de Morais

Em meio a um cristal de ecos
O poeta vai pela rua
Seus olhos verdes de éter
Abrem cavernas na lua.

A lua volta de flanco
Eriçada de luxúria
O poeta, aloucado e branco
Palpa as nádegas da lua.

Entre as esfera nitentes
Tremeluzem pelos fulvos
O poeta, de olhar dormente
Entreabre o pente da lua.

Em frouxos de luz e água
Palpita a ferida crua
O poeta todo se lava
De palidez e doçura.

Ardente e desesperada
A lua vira em decúbito
A vinda lenta do espasmo
Aguça as pontas da lua.

O poeta afaga-lhe os braços
E o ventre que se menstrua
A lua se curva em arco
Num delírio de luxúria.

O gozo aumenta de súbito
Em frêmitos que perduram
A lua vira o outro quarto
E fica de frente, nua.

O orgasmo desce do espaço
Desfeito em estrelas e nuvens
Nos ventos do mar perpassa
Um salso cheiro de lua
E a lua, no êxtase, cresce
Se dilata e alteia e estua
O poeta se deixa em prece
Ante a beleza da lua.

Depois a lua adormece
E míngua e se apazigua...
O poeta desaparece
Envolto em cantos e plumas
Enquanto a noite enlouquece
No seu claustro de ciúmes.