sexta-feira, 15 de novembro de 2013

surpreender-se consigo

mais uma lua cheia alucinando pensamentos. um longo final de semana se iniciava. muitas possibilidades pela frente. amores e maças cozidas. agarramentos famintos na cozinha não supunham ainda que o jantar viria, mesmo que com muita satisfação, também com certos chiados de incomodo. coisa leve. nada que estragasse a noite. mas alguma coisa estragou um pouco do sono de alguém. varar a noite escangalha com o ânimo de qualquer um... ter compromissos "de trabalho" em todo tempo livre também... compromisso é sempre chato. o gosto de café ajuda a conversar. ficar só ajuda a pensar. ficar só ajuda a encontrar com a gente mesmo...

eu, sozinha, me encontrei cheia de amor pra dar e com umas tantas dúvidas sobre o que fazer? o que é melhor ser feito então?

ah... nada como a imensa generosidade da lua cheia pra encantar um sábado a noite. e tudo que era aquele pequena confusão, um mal-entendido grátis... ah não, tudo era bom agora, tudo fez-se em nada.

porque as vezes o tempo passa e mesmo a lua fica ultrapassada...

terça-feira, 12 de novembro de 2013

foda na estrada

preciso dizer do que estou falando? foda na estrada é foda na estrada. foi naquela beirada. fodástica... desde o caminho de ida havia-se pensado na hipótese. estávamos já vindo de volta. se devesse haver alguma oportunidade seria agora. entre curvas e toda aquela paisagem bem típica de estrada esperava-se por avistar um cantinho aconchegante pra vestir a fantasia. asfalto vai, asfalto vai. eis que ali na frente logo depois de mais uma curva tem um avançadinho de asfalto beirando uma estradinha pequena de terra que deveria levar em lugar pouco visitado. o tal avançado ao acostamento e paralelo à estrada era um espaço onde cabiam uns quatro carros no máximo e terminava num monte de arvores. era, aliás, bem cercado de um monte de arvores, menos para o lado da estrada de onde quem fizesse a curva teria uma boa visão de tudo.

pouco importava a visão dos outros. isso dava até um certo charme e tesão extras. o carro parou ali na encosta sem nenhum afobamento. os dois se curtiram por pouco tempo mas sem nenhum afobamento também. incrível como duas pessoas podem, se bem encaixadas, caber bem no banco de um só passageiro! nada de extraordinário aconteceu além do fato em si. nada além de se agarrar e trepar bem na manha vendo aquele montão de caminhões e carros fazendo a curva. era de se pensar o que será que os outros de fato conseguiam ver ou imaginar, mas todos passavam simplesmente. era de se pensar que fazer caso alguém resolvesse encostar o carro ali do lado! mas todos passavam e isso não aconteceu. mas excitou.

fazia sol, um dia lindo, uma luz bem quente. em pouquíssimo tempo estavam pingando de suor. os corpos, já bem apertados, iam grudando... deliciosamente. o gozo foi rápido também, e intenso. e inesquecível. então partiram para seguir viagem.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

ausência

escrevo menos porque penso menos. me fogem as coisas, me fogem as vontades, as palavras-pensamento. ou o pensamento é que vira palavra... ando ausente de mim mesma. minha cabeça está vazia. a vida repleta de cotidianas coisinhas e a mente vazia de tudo. vazia de quereres, vazia de movimento... me estranho. como se diz estranhar em modo bilingue, em português e espanhol... sinto saudades de mim mesma, da minha agitação e das minhas euforias. uma falta grande de ser mais eu mesma comigo mesma. começo a encasquetar com esse remédio novo, acho que me aprisiona num breu, acho que me deixa meio pasma demais, acho que sinto falta da minha energia vital.

não sei nem mais o que dizer. existe mesmo essa ausência de tudo. falta pensamento, falta palavra. falta nó no ponto. falta falta falta. me falta.