sexta-feira, 15 de março de 2013

adverso :: contrário, oposto, adversário...




lua adversa

tenho fases, como a lua. fases de andar escondida, fases de vir para a rua...
perdição da minha vida! perdição da vida minha!
tenho fases de ser tua, tenho outras de ser sozinha.

fases que vão e vêm, no secreto calendário que um astrólogo arbitrário inventou para meu uso.

e roda a melancolia seu interminável fuso!
não me encontro com ninguém (tenho fases como a lua...)
no dia de alguém ser meu não é dia de eu ser sua...
e, quando chega esse dia, o outro desapareceu...


C.M. - só mesmo uma mulher brilhante teria escrito isso...

...e só uma outra muito cara de pau pra mexer na métrica! despudoradamente.
este poema me lembra minha mãe, que um dia o recitou na lira, numa noite entre tantas outras não sei se esta foi boa, deliciosa ou bastante confusa. uma noite, minha mãe na rua. minha mãe na lira e cecília pelos ares...

combinações listradas

depois de um maremoto, um vendaval e um furacão... passou um tsunami no pequenino morro onde residem sua mente, sua alma e o seu coração... sempre volta a calmaria, chega então um novo dia e está tudo bem. demore mais ou menos, as bobagens voltam também. me refiro agora à bobagens gostosas... engraçadas e tudo mais. acordei inspirada. indiretamente. sem querer vesti uma blusa listrada. com listrinhas verticais. então, peguei (juro) a primeira calcinha que tinha na gaveta (sim, eu coloca a calcinha depois da blusa... normal, várias vezes. isso não tem uma regra) e vesti uma calcinha listradinha! de listras horizontes.

ok. vesti calça, bota etc e 'partiu pra vida' ! agora estou num dilema hilário. entre a preguiça e a vaidade... estou tão bonitinha de calcinha combinando com a blusa... e com tanto bode de colocar a roupa toda de novo... só pra ir ali e voltar? mas quero sair para comprar cigarros. e estou aqui, divertindo-me com o tempo à passar sem nexo enquanto escrevo minhas bobagens... e imaginando-me andando de blusa de manga comprida e calcinha super combinando no supermercado.

será que alguém viria falar comigo? tipo ralhar assim?
será que teria uma velhinha pra se escandalizar? ou que talvez fosse já tão doida de felicidade de velhice que ia me apoiar veementemente caso o seu guarda visse me dar um pito?
...seu guarda me dar um pito! hahahaha
não preciso dizer que eu mesma pensei outra coisa logo depois que eu escrevi...
será que alguém ia fazer fiu-fiu ou tentar passar a mão na minha bunda?
será que a moça do caixa ia me dar um desconto?
será que o gerente viria com uma garrafa de champagne e um cartaz da promoção 'venha de calcinha' dizendo que eu tenho direito a um ano de compras grátis?
e apareceria um fotógrafo e dois holofotes??? em seguida um jornalista? (eu ia mandar ele tomar no cú. mas dava um abraço no gerente e ia logo perguntando cade o contrato desse um ano grátis aí que eu assino!!! e venho o ano inteiro de calcinha se precisar. opa! de graça, toda cheia de graça... que mau?)
será que eu ia pegar um resfriado nos joelhos?
será que ninguém perceberia? e se nem notassem? ó!
será que alguém ia dizer que eu estava 'in'? uhu... super na moda!
será que alguma pessoa dessas frenéticas por instagram ia me colocar na rede instantaneamente?
será que um número desconhecido de pessoas iria saber que eu estava de calcinha no supermercado antes mesmo de eu pagar a conta no caixa?
será que as pessoas iam curtir?
será que ia ter dois gatos pingados no estacionamento pra conferir a veracidade dos fatos fotografados?
será que ia ter o meu cigarro naquele mercado?
será que eu ia ter que ir de calcinha em dois mercados diferentes pra comprar meu cigarro?
será então... que talvez eu fosse fotografada por dois instagramistas diferentes?
esses paparazzo modernos sem ter mais o que fazer!!!
será que alguém naturalmente me perguntaria que horas são?
será que apareceria um ninja, pendurado no teto e me pegaria para passear no teto no supermercado?
será que o ninja lá em cima - quando estivéssemos à sós... à luz do luar - ia tirar a roupinha também e ficar de cuecas comigo no telhado?
com certeza nesse caso, seria o ninja o meu herói, meu namorado lindo!
mas, será que um desconhecido qualquer veria ali uma flor listrada e me entregaria sorridente, dizendo que ela combinava com meus trajes também?
ou talvez uma criança madrugueira (de pais madrugueiros, claro) ia me apontar o dedo, gritar alto "olha mãe!" e ficar sem entender? ou rir de mim?
será que ia aparecer um tipo malandro de chapéu panamá, calças claras e camisa listrada?
será que nós cantaríamos sambas mil e entrávamos por ali diretamente, como hologramas, no bloco dos presidiários do carnaval eterno na pista de desfiles de todo os sem-calendário?
será que alguém na porta me pediria um cigarro?
será que alguém ia me oferecer um par de calças ou uma saia ou um cobertor na rua?
assim, com pena de mim?
será que aconteceria qualquer coisa assim?

e agora? como faz?
por que fumar o último cigarro depois de alta a noite? me explica isso? por que não parei de fumar ainda? por que tanta preguiça? por que não parei de fumar ainda? por que que está fazendo esse tempinho lazarento nessa cidade? por que não parei de fumar ainda? por que não tem delivery fumante? por que não parei de fumar ainda? por que fumar é tão gostoso? ah, que droga!
à caminho do super 24 horas...

vai só imaginando a roupa! hehehehe

sexta-feira, 8 de março de 2013

estrela da sorte

como é possível que uma merda dessas seja tão, mais tão, mais tão de verdade??? 
hoje o dia foi uma titica derretida...
é, meu namoro na folhinha! podia estar lá agarradinha, mas fiquei
aqui chorando pitanga azeda. rezando junto
sozinha... querendo abraço infinito. carente desmedida.

a lua diminuindo... e eu chorando muito. querendo mandar à merda.
que vá a vida pro inferno. só que não...
não é bem assim. segura as pontas!
que o bicho pega mesmo é no domingo... segunda...
ali é (pode ser, tomara que não seja - pra mim) 
noite de vazio total! e os dias... sabe-se lá