quarta-feira, 29 de maio de 2013

nas rendas da lua...

[ recomendo o áudio 'merda cara' e recomendo ainda observar que lindo o logo do tal 'n3ph3phs' que postou esse fela no tubo! thanks! ah, pra situar-vos esse post é complementar ao 'dançando no lua cheia' ]

nas rendas da lua...
o tecido da memória em pano branco amarelado pelo tempo. coisas que guardamos tão secretamente que... perdemos a noção do que fazer com elas... nem sempre é antes da morte que a vida inteira passa diante dos nossos olhos. tantas vezes, flashes nos fazem retomar as lembranças com cheiros cores e sensações, inclusive térmicas ou táteis ou sentimentos em si... eu perdi muitas memórias e perdi de diversas formas... esse lapso rompante de recordações de si e de sua histórias e suas ressignificações pode ocorrer a qualquer instante e por qualquer razão aleatória. aconteceu com a moça quando encontrou seu lenço. acontece comigo com certas canções, quando vejo atitudes se repetindo, quando sou invadida por saudades ou por imagens variadas. fico inundada do meu não-ser estando solta e presa ao mesmo tempo. presa ao mesmo endereço como uma pássaro que nunca rompeu sua casca e cresceu com esse medo de voar, mesmo cheio de certeza sobre seu destino passarinho... é como a mencionada exata epifania de james joyce, uma repentina revelação da natureza essencial de um objeto, pessoa ou situação. com a única diferença de que passei a vida agindo conforme meu íntimo me impelia e me cobrava... mas sempre entre nebulosas confusões. como se sempre visse sem enxergar com clareza. como se eu soubesse o que fazer mas sem saber a maneira nem o momento... ou como se eu já o tivesse começado a fazer e me perdi no caminho...

dançando no lua cheia

parece que o lua cheia é um bar na beira de um lago. o título acima é de um livro desses que se compra no metrô pagando o quanto quiser, sabe? que você coloca uma nota e sai o livro. aposto que a pessoa que me presenteou com ele por saber dessas minhas brincadeiras com a lua pagou só dois reais! rsrsrsrs a-pos-to!!! mas, tenho absoluta certeza que entregou para mim já valendo o livro uns duzentos contos no mínimo - só por causa da dedicatória, do carinho, da intensão, da data celebrada... duzentos nada! dois milhões bilhões de infinitos valores monetários cujo preço jamais avaliaria um presente de dois reais que o credicard jamais me daria! (é que na máquina só entram notas de papel-moeda, não aceita cartão! hahahaha) ganhei o livro em fevereiro e só comecei a ler esses dias. numa fila dessas... contei então ao galante moço que me presenteou com essa preciosidade das edições mandarim ::

to lendo o livro que você me deu. aquele da lua cheia...

e é bom?

é barato. mas to gostando de ler...

hehehehe. barato é foda!

segunda carta à ilha dos aborígenes e algumas histórias de pescador...

recomendo a pequena lista de vídeos (por causa do áudio)... para ser ouvida enquanto se lê, bem como foi ouvida enquanto se escrevia.... esta aqui, vou chamá-la de 'doo'

então, eu havia meditado em mil maneiras mirabolantes de tratar disso. mas as vezes o mais óbvio e gritantemente simples jeito de se fazer é certamente o mais interessante. ferramentas todas dispostas, vontade exposta à ponta dos dedos sem proteção de queratina. é claro! eu tenho meu próprio salão de metáforas. exatamente aqui. onde hipérboles mil e semióticas multiplicantes me permitem qualquer manobra com uma liberdade extra. nesta hermenêutica sideral, está permitido muito mais que o habitual. perfeito!
mais perfeito ainda tendo em vista o fato de que meus caros amigos aborígenes em questão - e também a tubarão branco fêmea - costumam visitar estas estelares cercanias... do princípio:

boa tarde à todos os habitantes da pequena ilha. olá alegres terráqueos nus. anda comum por aqui um vídeo chacota de que o verdadeiro deus é um aborígene não se sabe de onde, fulano bastante gozador. é engraçadíssimo. vocês deveriam ver! gosto de pensar nos senhores e nas terras longínquas, gosto de pensar no barulho do vento desses lonjures. frequentemente confundem por aqui a sonoridade do joão - minha atual voz instrumental, o 'cara' à quem me refiro frequentemente como marreco. existem marrecos por ai? sabiam que eles são um tantinho mais roucos que os patos? e mais desengonços também... - confundem vira e mexe a voz do joão com vosso famoso e tribal instrumento: o didgeridoo! pois é... mas confundem também com berrantes, daqueles de chamar boi... minha amiga do mar também aprecia bois e caubóis, além dos peixes e da imensidão tempo-espaço-aquática. acho que só quem mora numa ilha sabe, de um jeito bem específico, o quanto a água interfere no nosso metabólico sistema tão líquido! tanto em matéria como em sentimentos... engraçado que o que me parece mais com marreco, que diz-se 'drake', é o primo mais comum, conhecido pelo nome de pato: 'duck' . então outro dia resolvi dar um título de nobreza ao meu querido companheiro... ele tornou-se duque! duque das terras de uberaba e uberabinha, do senhor marquês de sabará! mas, continua e continuará a ser de uma espécie pouco pouquíssimo conhecida. chamando-o pelo nome que for: fagote, marreco ou duque... poucos sabem do que se trata este instrumento. tanto faz. pra mim, de verdade, trata-se muito mais do que isso, muito mais que um simples sopro para soar. era um novo sopro de vida. está se esvaecendo. tenho a árdua tarefa de impelir esse 'boom' negativo de tomar conta de tudo... óô_u (who remembers icq? well, im seeking me!)

ainda, outra coisa nos aproxima absolutamente! a respiração. a minha para a prática instrumental, que também pode ser praticava como a vossa respiração circular com a mesma finalidade... a respiração de meditar sobre o tempo. que também ocorre no universo underwater - não é só de inspiração de expiração que consiste o ato de respirar. mas também de comunhão, de diferentes formas de agir e estar-se. as vezes se aproximando de uns, ou se afastando. outra coincidência é o double o [ oo ] o nome pros italianos remete à lenha dobrada para fogueira: fagote (e talvez eu já esteja mesmo quase ao ponto de queimá-lo para me aquecer... tempos atrás fiz um desenho com um circo pegando fogo, e o duque joão marreco estava na mesma fogueira! é a deusa da arte que poderia me alimentar... brava de tudo! em aboluta revolta natural contra mim, me destruindo sonhos e ações) mas em inglês se diz bassoon... como em doo, noo, etc

a história de pescador que queria vos contar é a seguinte: "tubarão apaixonada pelo pescador" e trata de uma história dessas de pegar nossos sonhos na rede. tipo a mariposa apaixonada de guadalupe que espera pelo seu caminhoneiro, por amor. diz a lenda que o pescador salvou-a de redes que, por engano, a levariam para a morte e, desde então e para sempre, ele nunca mais conseguiu pescar pois a tubarão ia atrás dele perseguindo seu barco onde quer que fosse, fazendo gracejo e pedindo carinhos e mimos. e assim foi que o pescador mudou de profissão. o caçador tornado amante. por imposição da magnitude da natureza. entra no mar apenas para cuidar dela, que sempre o espera. sempre o procura. sendo um mal e um bem ao mesmo tempo. como tudo. e lhes conto aqui essa lenda para tratar do assunto maior. o bem e o mal de cada coisa.

e realmente adorável ter recedido vossa resposta à minha primeira correspondência com tanto entusiasmo e alegria impressos em letras de mão. tanto pela sua alegria quanto pela sua preocupação com o andamentos das questões brasilis... existe aí já um lado bom e outro nem tanto no início de sua resposta. vosso acolhimento para com os problemas destas terras são um alívio gigante. faz-me sentir compreendida apesar dos oceanos! desde sempre. não é à toa que suas tribos se reúnem sob este codinome cujo significado para a remota língua latina é então 'desde a origem', sendo assim, desde sempre. desde sempre nos amamos e desde sempre me compreendem melhor do que as confusas divindades que se espalham mundo afora confundindo-nos todos entres crente, fervorosos carente, entes de fé cega e outros de faca amolada. poucos os que de verdade podem mover montanhas. vocês podem mover as minhas!

entre as tantas absurdas e grandiosas questões humanas nacionais... a minha pequenina angustia habita também uma ilha. uma pequena ilha no sul, com nome de santo. daquele santo católico amante dos e conversador com os animais. voltamos à natureza das coisas. lá habitam dois membros do meu clã sanguíneo, cada um deles com suas dificuldades específicas em lidar com o próprio cotidiano e suas mazelas. o que mais me perturba é a distância limitadora. minhas ações para melhorar a situação parecem pouco perto do necessário e entretanto muito, quiça demais, dentro de minhas possibilidades. minhas emoções... para piorar a situação, se derreteram como esculturas à beira mar... a desestruturação tamanha, promovida pela onda gota d'água - justamente num dia de páscoa em que eu voltava do epicentro sé cheia de alegria musical, tendo encontrado o nosso candidato à papa em pessoa... mas isso é uma grande bobagem e não é lá grande coisa, apenas fato que não ocorre diariamente e dá um jeitão de coisa especial ao dia -a desestruturação maremoto, vendaval, furacão foi copo transbordante para mais de mar. reclamar tornou-se inevitável, por isso perdoem-me por ter deixado escapar essa mazela maldita de minh'alma entre as singelas felicitações mergulhadas em sorrisos que pretendia enviar-vos.

disse bem meu compositor querido de nome chico: já lhe dei meu corpo, estanquei meu sangue quando fervia... a voz que me resta, a veia que salta. olha a gota que falta pro desfecho da festa. por favor, deixe em paz meu coração que ele é um pote até aqui de mágoa! e qualquer desatenção, faça não... pode ser a gota d'água!!! foi gota, foi copo, garrafa, mar e oceanos todos. não me restou opção do que agarrar essas garrafas todas e tentar ajuntar mensagem externas e internas. estou já há quase dois meses nesse trabalho. isolei-me numa caverna e o fogo foi pouco para esquentar, mesmo tendo sob meu olhar um vulcão lá fora, em plena erupção! transportei-me para esta terceira ilha imaginária. para dentro de mim. nadando em fuga. nadando em círculos. aqui estou agora. ferrada. ferramentada de garrafas de todas as coisas e tentando permitir que letras palavras ideias e angústias saiam de uma vez por todas de dentro de mim. de dentro desse emaranhado novelo de muitas linhas de pensamento emboladas. diversas frustrações e medos de todas as cores, de todo aspecto e espectro de mim misturadas por uma decepção pontual e tão tremenda... que só me fez mais foi sentir falta de mim novamente, querer repensar quem sou e raios vim fazer aqui... que vou fazer da minha vida. ou da minha morte? que merecerei assim, tão fraca e impotente que mal me cabe lutar por mim mesma. muitas questões do passado voltando à tona e me cercando à ilha feito tubarões famintos! quem me dera apaixonar-se um deles por mim... e me forçar um significado novo. inevitável voltar as minhas origens mais uma vez. voltar às origens... mais uma vez!

meu cérebro está dilacerado de novo e meu corpo frágil e fraco, de verdade. sempre o sono. o desejo do sonho. um cansaço repleto de vontade de reviver! o sonho é uma brecha de ar para a realidade. uma alternativa à ela, inclusive em relação ao tempo. o sonho é um despertar interior e uma possibilidade de vida extra. lembrar-se deles e organizá-los. os sonhos de dormir e os sonhos acordados... parece-me que em cada garrafa cabe um pedaço de linha colorida para amarrar uma pequena mensagem de socorro. talvez eu pudesse... se conseguir desembolar tanto nó de mim. não, eu não estou melhor. mas não há porque ter dó. não tenha pena, sentirei muita vergonha disso... cada um precisa cuidar das suas próprias feras. é claro que não gostas de saber que estou mal, que bom. mas é melhor ainda poder dividir, poder estar mal e dizer isso... eu, inclusive, também não gosto dessa situação.

existe um outro significado então para vossa presença. como um lado mau outro bom... são coisas simplesmente diferentes e que se complementam. são necessárias para existência uma da outra. como a luz e a sombra. a tua maneira de olhar para a lua como o pai e para o sol como a mãe, difere em absoluto do modo acidental de ser. talvez eu precisa apenas somar ao meu, um novo olhar. mas preciso de riqueza de detalhes e profundidade. para tornar meu masculino em feminino e vice-versa, com o devido cuidado. mergulhando fundo nos meandros de um novo significado. o antigo nunca sairá de mim pois me compõe. quero apenas que algo novo me complemente! desejo conhecer vosso tempo paralelo. o 'tempo do sonho' onde a espiritualidade espiral se apossa do real dando-lhe novos olhares e um novo viés. onde os mitos fundadores se remodelam de acordo com novas interpretações da realidade. assim, pode-se viver os dois paralelos. viver e sonhar fazem sentido juntos. isso dá sentido para muitas outras coisas. eu quero! venham cá, escrevam mais respostas, vou aí, vou ler mais coisas, vou praticar. sim! é na prática que percebemos o novo desenvolver de tudo...

“O conjunto dos nossos pensamentos sobre o que somos e o que outras pessoas são tem que ser reestruturado. Isso não é engraçado, e eu não sei quanto tempo temos para fazê-lo. Se continuarmos a operar a partir das premissas que eram moda na época pré-cibernética, e que foram especialmente reforçadas durante a Revolução Industrial, premissas estas que pareciam validar a sobrevivência individual darwiniana, podemos ter vinte ou trinta anos antes que a lógica ‘reductio ad absurdum’ de nossas antigas posições nos destrua. Ninguém sabe quanto tempo temos, sob o atual sistema, antes que algum desastre, mais grave do que a destruição de qualquer grupo de nações, nos atinja. A tarefa mais importante hoje é, talvez, aprender a pensar de uma nova forma”

vossa presença é precisada. é necessário mesmo estar junto com mais sensações. recebo com felicidade as notícias dos seus mergulhos mais frequentes. tua sabedoria e conhecimentos se ampliam certamente em cada jornada e em todos os sentidos. do prazer e do saber. acho engraçado quando as pessoas dizem 'there is no place like home' nunca pude sentir falta da minha casa. nas poucas oportunidades de afastamento que tive, senti falta das pessoas, mas nunca de mim ou de algo que fosse meu. francamente sinto-me mais presente em mim mesma quando estou longe do que quando estou perto. e, diferente do que acontece com a maioria, me apresento em profundidade e abocanho o íntimo de cada um quanto mais presente em mim eu esteja. a distância preserva ótimas amizades. algumas superficiais, algumas íntimas e possivelmente eternas. temos cá também nossos princípios fundadores. indígenas, aborígenes do pindorama. no fundo no fundo, tanto faz quase tudo! temos todos nossas caixas de pandora.

no universo infinito de possibilidades, a distância é só mais um quesito pequeno. e se aplica em cada pequeno instante ou situação momento específico de maneira diversa... não há meio mundo que separe. não há toque de pele que reúna. o que verdadeiramente nos une é a dedicação que temos, os pensamentos que temos, o cuidado que temos. uns com os outros, entre nós e o mundo. cuidado este que foi absolutamente dilacerado por aquele que deveria estar no papel de provedor e decidiu-se acovardar e tornar-se vítima de sua própria covardia passando a violentar a inocência daqueles que deveriam estar sob sua proteção... além de triste, foi revoltante. essa revolta reviravolta é que atormentou as marés, trocando as luas do céu e confundindo tudo. mesmo com eles, houveram vezes de troca mais próxima bons e maus e de trocas à distância bons e maus também. nada comparado ao malefício de retomar um velho e destruidor vício como o presente apresenta... eu fico pensando que sentido existe entre ir e voltar. o que é sentir falta das pessoas... quando nós mesmos mudamos tanto e nos perdemos no inferno do próprio interior tantas vezes. sem bússola! sem gps! mesmo assim continuarei mandando notícias para os endereços que tenho! mandareis cartas à vossa bela grande ilhota. ilha bela!!! temos cá uma também, menorzica de tudo. mandarei notícias siderais como esta, sempre que houver energia para tal. mandarei em breve, tanto mais quanto possível! meus pedidos coloridos amarrados às linhas de lã já desatadas! escreverei confissões e desabafos sempre. contarei aventuras de todo gênero, reais ou irreais, de sonho ou de carne crua.

achei muito bom que aceitaram a companhia da mergulhadora para estar por aí pelo fundo do mar aprendendo mais e mais com vocês. à caça! em breve comeremos peixe. peixe fresco. comeremos peixe cru e faremos uma festa! com nadadeiras, barbatanas e sons graves, bem graves, tão graves quanto os ecos do centro da terra. abraços clássicos para o canguru e pro koala antes que eu me esqueça de passar em algum ponto turístico durante a entrega da carta. e, vamos ao deserto, onde há muito para plantar! e para ouvir. comeremos peixe cru de pés descalços na terra seca. vendo folhas verdes de um tom sem igual. deixo aquele abraço de quem almeja a gentileza das laranjeiras. aquele abraço!

terça-feira, 28 de maio de 2013

non sense darkness

infinda sombra vinda de algures. pra que me levar tão longe? por que faz questão de mostrar que o fundo é mais fundo do que se imagina? e que estamos ainda no mio do caminho...
como se eu já não soubesse disso...
tem mais de mês que nem sequer escrever eu podia. coisas simples e saudáveis que não consigo fazer. sem explicação lógica. sem explicação alguma que sirva para os seres que pensam com lógica do tipo lógica...
sento-me agora entregue as letras. a deixar que os pensamentos soltos saiam da mente pro mundo.
diferindo das estratégias da semana passada. de me jogar entre pequenas coisas e dexar que os pensamentos saíssem... mas ainda muito tímidos demais.
estão todos perdidos e desorganizados. a lua cheia reviravolta das marés internas. salve salve guia de luz noturna e madrugueira. luneta lunática. me faz lembrar do chico ciência: me organizando posso desorganizar e desorganizando posso me organizar. apesar de que não faz sentido algum pra mim tentar definir 'organizado' x 'desorganizado'... esse texto vai com pausas. como segue. como puder seguir o frucsu dos pensamentos e palavras. desejo-as livres e soltas. por mais que pesadas.

devaneios quase pânico. travestido em egotrip do mau. parece que prejudico tudo e todos por respirar e pensar. parece que incomodo o mundo e todo mundo que nele há. coisa mais absurda de se pensar. em tudo que faço há algo errado... se vou está ruim, se fico tanto pior. e adiciono o medo que me persegue, que me perseguem. que cometi crime suposto a respeito de nada. mesmo gracejando risadinhas na tentativa de me amenizar... sinto-me criminosa até se quiser ficar calada!

parece que quando vivemos de olho apenas nas coisas pequenas é mais simples, mais raso e mais fácil manter-se alegre. mas ora e vez um outro olhar cisma em nascer. quando brotado se vê tudo mais lindo e límpido... e também mais profundo. e a profundidade das coisas carrega muito dos dois lados. nos permite ver uma beleza maior! e também um mau latente em cada coisa... a gente pode pensar diferente e sente de verdade que pode fazer a diferença. mas com a precisão deste olhar de cálculo muito mais complexo. se tem mais noção da força que demanda. daí... é preciso um esforço sobrehumano. tanto para ter coragem como para desistir. porque negligência é culpa. braba...


cochilo em fuga é coisa frequente. dormir ajuda a gente a se anestesiar.o foda é q o sono vem derrubando a gente na hora de agir! e então na hora de descansar vêm as caraminholas... o ficam girando que nem mariposa em vórta da lâmpida só pra atormentar. tem sorte quem já cruzou com um olhar de carabina. de dar significado a tudo instantaneamente e frear pra sempre o pulso e curso de tudo.


pensei em dois parágrafos pra cá enquanto cochilava... agora estou tentando me lembrar...

... ... ...

é como se houvesse ali uma bolha película. fina entretanto extremamente densa. e estar-se dentro e um escuro sem igual. um escuro sem estrela. numa bolha sem luz, sem canto, sem umbigo, sem porta ou janela, sem coberta mas também sem temperatura. as palavras certas de quando pensei nela sentido-me então reclusa neste não-espaço, as palavras exatas fugiram porque agora a sensação é ligeiramente outra... mas o conhecido lugar escuro está menos quadrado e frio. é redondo e misterioso.

tinha outra imagem do cochilo que ainda não voltou e acho que se perdeu no campo onírico. carrego a tristeza dos dias e a tristeza do esquecimento... parece que em nada sou poupada. até de me sentir culpada por cada sentimento que tenho... oh, mas você tem o 'corpo em perfeito funcionamento' não tem do que se queixar. oh, mas tens lar e família não deveria se queixar. oh, mas és inteligente e cheia de oportunidades, não se queixe vá a luta! caralho, e eu estou fazendo oque? estou tentando, lutando comigo mesma! agora resolvi reclamar e francamente acho que está me fazendo bem! fiquei quase dois meses sem escrever nada... omitindo vários sentimentos. ah... chega! tô mau, tô numa crise do cacete. to quase lá na estaca zero de 2007. descontrolada e com vontade de arremessar as coisas pela janela, ou nas paredes só pra vê-las se estilhaçando. não cabe tanta coisa esquisita dentro de mim! 

decidida pela franqueza! franqueza absoluta mesmo que psicótica! pronto. decidida em passar todos os rascunhos a limpo e tirar ideias do papel e ou atirar os pápeis rejeitados ao lixo e pronto. e ponto. 
i must move on. tipo um get over me _ my self... das duas uma, ou eu acho pelo menos uma lanterna ou eu aprendo a andar no escuro de uma vez! visões noturnas! lá vou eu de volta pra cama.

petit poas e brigadeiro

ou poderia ser ervilhas e chocolate. rsrsrsrs como uma refeição com sobremesa! mas petit poas no caso são bolinhas mesmo. e brigadeio não é de céu azul, é da avenida. essa á uma pequena história sobre uma carona muito bem paga. e, melhor: sem cobrar nada. tipo na base da recíproca! acho que todo mundo conhece ou já viu ou ouviu falar da fábula cinematrográfica 'Le fabuleux destine d'Amelie Poulain' ! trata-se da garota na foto, lembrou?


então, ela é parte de uma obra de ficção. mas existe na vida real uma mocinha com uns trejeitos bem estranhos e manias assim meios amelinescas que já havia sido comparada com a personagem tantas vezes antes de sequer ter visto o filme e, ainda mais, comprou-se um vestidinho quase igual a este. de botões, marrom clarinho com bolinhas em marrom mais escuro e... a única diferença é que ele tem uma gola no mesmo tecido. bem bonitinha. o caso em questão é uma tardinha anoitecendo repleta de uma safadeza leve...

a nossa mocinha da vida real tem iguais cabelos escuros e curtos e olhos escuro e profundos. cheia de manias e atitudes inesquecíveis. do mesmo jeito tenta a todo tempo eternizar cada instante da própria vida. porque tudo é deveras importante. da mesma forma valoriza cada segundo que todos os seres respiram. porque tudo é naturalmente importante. e (quase) sempre se entrega com tranquilidade.

ela dirigia um carro de tardezinha anoitecendo. já tinha atravessado a paulista tendo subindo toda a avenida brigadeiro luis antonio. agora descia. e descer é mais fácil. tinha um passageiro, um carona. conversas agradáveis. ele lhe pousa a mão na coxa sobre o vestido de bolinhas e fica assim, deixa estar. aos poucos lhe toca a pele e acaricia suas pernas. a conversa fica mais risonha. não falam nenhuma safadeza mas trocam sorrisos iguais aos que as crianças que aprontaram ou vão aprontar costumam trocar. não demorou muito para que ele já estivesse com a mão dentro da calcinha. era absolutamente agradável e consentido. 

sempre pode haver uma ótima saída para o trânsito de são paulo... sempre pode ter ali um lado bom! acho que em pouco mais de cinco minutos não havia mais calcinha. mão boba brincando livre e alegremente na xoxota. e nossa amelie... (se é pra dar-lhe um nome, fique com esse pseudonimo pela persona) bem, nossa amelia ia só pisando no freio de leve. olhando o tráfego e sorrindo. olhava as vezes para o lado com cumplicidade e cara de quem está achando ótimo! trocava a marcha poucas vezes, porque na descida tudo ajuda. sentia as carícias devagar. ficou bem molhada, sentiu profundamente os dedos dele tocando, mexendo, entrando... e gozou bem gostoso antes de chegar na praça da sé.

medos e paradoxos... mas, ô lá em casa!

ouvindo girl afraid no rádio do carro, voltando pra casa.
isso já foi faz tempo... lembro bem.

dia intenso
piscina e calorão
céus em rebuliço!

intenso e tenso
medos? de mim mesma...
do que sou, de que realmente sou, da brutalidade do que sou capaz.
da essência humana, mais humana e normal impossível de sentir-se incompreendido.
a insegurança. a certeza.
certeza de ser em si incompreendido na totalidade pois ninguém jamais está em seu lugar, sua posição, sua mente...

paradoxo porque foi foda e no fim foi muito bom.ele aqui, a gente quieto.
foda fodástica! tremi muito muito muito...
naquele dia não exatamente brigamos mas houve uma tensão extra.
então acho que se pode lembrar como uma trepada dessas de 'reconciliação' de exorcizar os demônios. então...

ô lá em casa. chega junto, bem junto, que a gente resolve!

um saquê no nanako

oldies goldies... memórias perdidas...
começo a escrever na lua cheia em hora boa 00:07
hoje foi vinte e sete de maio. maio dá até pra confundir com março! foi dia especial - mas estranho. estranhíssimo como têm sido muitos dias ultimamente. passada a hora da abóbora hoje já é 28 de maio e em sete dias já estaremos em outro mês! será exatamente o dia 4 do mês seis... que coisa. depois de quatro anos completos sem beber uma gota sequer de nada alcoólico, eu aqui no meu sexto ano de tratamento sério já tinha relevado várias 'regras' e vivia cada vez mais e mais normal. de boa e de bem com a vida. mas desde o início do meu inferno astral, já tem dois meses abril e março que a coisa foi degringolando vertiginosamente! muito bem, muito obrigado oi industria farmacêutica maldita vem me ajudar a me salvar de mim mesma. hell.

agora estou de novo cheia de restrições. no drinking, no driving... not going alone? que mais? que mais que nem viver praticamente eu estou vivendo. até segunda passada eu me culpava um pouco mais. era puramente a minha incompetência. nesse momento já me vejo mais do que incompetente, disfuncional, incomoda, descontrolada, impedida, impelida. as vezes eu acho que até gosto do meu desejo de morrer. é assustador, mas as vezes parece mais esperançoso do que a vida pela frente. é assustador. não consigo me libertar da sensação de que sou uma fraca chacota! mas não foi para isso que comecei a escrever esse texto aqui.

eu não me lembro do dia em que fui no nanako, que é um restaurante japa que tem há muuuuitos anos na rua de cima da minha. só sei que fui porque me contaram. feito essa, tenho muitas memórias perdidas que os outros acham pra mim... é triste. pior que nessa semana percebi que tenho já uns vestígios de estar a perder mais uns registros. :s

esse texto é sobre memórias perdidas e datas festivas. hoje faz um mês do meu aniversário e eu acho que esse ano foi a primeira vez que eu não comemorei. nada. nadinha... e tenho uma angústia com pressa que me impele a agir de qualquer jeito para que de alguma forma eu possa ter já em uma semana uns bons motivos para comemorar!!! i need somebody. se eu resolver ir no nanako não poderei tomar saquê...

ultimamente penso como nunca naquela 'veja se deixa pra depois, ou... se deixa pra lá!' e estou me esforçando com firmeza em deixar pra lá tudo quanto puder! pois que muito me pesa. can't stand it no more! muitas coisas grandes e pequenas eu quero deixar pra lá, pra sempre e definitivas...



a dança do universo

este é o nome de um livro do físico brasileiro Marcelo Gleiser. gosto desse livro. nunca li ele inteiro por começo, meio e fim, mas me deleito vira e mexe... andei voltando a ler. penso muito quando leio. penso danças universais... rsrsrsrs resolvi matutar por escrito mais e mais sobre um trecho específico, que me chamou atenção, mas nem tanto. é também um pouco aleatório porque muito me ganha tento por aquelas letrinhas... o trecho vai a seguir, e depois dele... sou livre :

" Mas por que essa insistência num Universo estático? (...) Por que não investigar um Universo homogêneo e isotrópico, mas com uma geometria capaz de evoluir temporalmente? (...) se a distribuição de matéria no Universo não for estática, sua geometria também não o será; a imaginação de Friedmann transformou o Universo como um todo numa entidade dinâmica."

hoje isso me faz lembrar de conversas que temos com pessoas mais velhas, ou de formas chatas de olhar para a vida como se tudo estivesse definidamente e definitivamente perdido. porque insistir num universo estático? porque a metáfora do fim da linha ao pé do horizonte existe? como se fossemos cair no meio do nada logo após isso! como se não houvesse além, dinâmica, possibilidades... obviamente estou falando mais de minhas experiências atuais do que de física. mas é verdade verdadeira que mesmo sapientes de isso tudo, vivemos como pó que somos presos à uma ignorância desmensurada... é preciso olhar além, enxergar além. agir sob este aspecto e tentar mostrar esses parâmetros... porque a desgraça de um que vê, são os olhos cegos ao redor. tipo naquele trechinho 'os que não ouviam a música julgavam que os que dançavam estavam loucos' (algo assim)

assim padeço. outro dia até desisti (que pena, mas foi por várias razões e não só derrotismo) desisti de tentar argumentar com um cara bem mais velho que eu e seus 'fatalismos' que francamente não o ajudam muito. eu ouvia tudo. o destino, a sorte, etc e tal e pensava: como vou começar a explicar princípios quânticos básicos? (até porque eu não vou muito além do básico!) como vou falar das tempestades elétricas que acontecem no nosso cérebro?

só consigo concluir que eu preciso. eu preciso. preciso muito. me mexer mais. a mente desembestada e o corpo padecendo. isso me estanca. minha música nunca se bastou sonora. agora quanto mais soa, mas ecoa nos ossos. os músculos gritam! pancada.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

é mentira que é mentira! ou, meia dúzia de...

mesmo com toda cumplicidade e camaradagem da nossa relação, uma bobeira tremenda para me confessar o nome da tal garota. eu só queria incrementar a descrição da figura, imaginá-la para além de cabelos longos castanhos e provavelmente alisados com chapinha... queria saber mais do que o tamanho da saia (ele disse que era curta, mas normal, pelo meio das coxas) qual era a cor da saia? o jeito da blusa, o sapato?
como estava o tempo? em dezembro faz calor... e a estatura da moça? alta, baixa? a pele era clara, ou morena? os olhos? suas texturas? o timbre da voz? a maneira de expressar suas vontades?

nem perguntei tudo isso. mas minha curiosidade fica rascunhada em algum canto e dia qualquer torna à tona.
volta em propício momento em que conversamos sobre o que gostaríamos x o que podemos/devemos/etc dividir e contar um pro outro. francamente, acho mais do que saudável não ser obrigado a falar tudo e dividir a vida como se dois se tornassem uma coisa sem forma. um par de verdade é UM par por si! e só é assim se for formado por DOiS seres distintos...

muito bem. mas agora seguimos com a parte sexy... que era o caso disto aqui em princípio.

se a garota era importante ou se foi só meia dúzia de bombadas. tanto faz! o que eu queria era poder me excitar com riqueza de detalhes sobre a foda ali na rua... travessinha da av. paulista... de cantinho, com a saia levantada e a calcinha de lado... era só. um deleite. rico em detalhes. não importa muito. pensei eu em muito detalhes. conto no dia que for mais tátil e/ou real concreto. quando acontecer algo parecido ou quando me der na telha. agora... eu só cismei de lavrar este rascunho pra posteridade! e tenho feito.

petulante

minha cabeça está acostumada à paradoxos. cisma nessas bobagens tolas...
com uma facilidade imensa ligo uma coisa que em profundidade não tem quase nada a ver com a outra mas que combina numa imagem rasa. nem sempre tão rasa! a imagem é essa :: http://josoylobon.tumblr.com/post/51526690298/e-nao-se-esquecam-vamos-pra-o-espaco-boa
linda de linda. imagem, mensagem, etc e tal.

fora isso nada mais é pessoal. nem com um nem com o outro que me pousou na lembrança.
de ver o lobo do lobo pensei no lobo vizinho...

uma música que eu adoro desde os tempos de cantar com o mister 'palma'.
aquela coisa teen de pensar o que é um menestrel... idos de bem uns quinze anos atrás.
eu aqui, envelhecendo. e ainda não encontrei o que estou buscando...
ora bolas, você já?

eita post doido. o 'morto' e o chato.
e eu. costurando esses e outros retalhos.
todo mundo uivando pra lua...
meu livre recorte da canção ::

é que destruo sempre as coisas com minha palavra...

já viu alguém normal pra sempre?
todo mundo é louco.
todo mundo é lobo por dentro.

às vezes o bicho se machuca...
e faz barulho.