sexta-feira, 26 de agosto de 2011

futuros ocultos

de perto fomos quase nada
não se afobe, não. que nada é pra já
como nunca se mostra o outro lado da lua
os escafandristas virão explorar sua casa, seu quarto, suas coisas
demasiadas palavras. fraco impulso de vida
milênios, milênios no ar
ó eclipse oculto na luz
pode esperar em silêncio. num fundo de armário
até que nós fomos felizes. só durante o prelúdio
vestígios de estranha civilização
travada a mente na ideologia. e o corpo não agia
quem sabe, então em alguma cidade submersa,
sábios em vão tentarão decifrar sua alma, desvãos
o eco de antigas palavras
meu coração galinha não quer mais frustração
amores serão sempre amáveis. futuros, quiçá
nada tem que dar certo
fragmentos de cartas, poemas, mentiras, retratos
paramos no meio. sem saber os desejos aonde é que iam dar
não se afobe, não. que nada é pra já
só mal disse ao que veio. Atolado e aflito
aquele projeto ficou no ar...
futuros
passados
se amarão sem saber
o que será?
com o amor que eu um dia podia pra você
quero que tudo saia sem grilos
sem desespero, sem tédio, sem fim...
e não deixo de querer conquistar uma coisa qualquer em você

livre bricolagem. 
a partir de "Futuros Amantes" do Chico Buarque + "Eclipse Oculto" do Caetano Veloso

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

passeio na praça

a melhor noite dessa última lua cheia foi a de sábado. tinha festa com fogueira no quintal gramado. papagaio cantando, pessoal batucando, cachorro latindo e tudo dançando. e a lua lá. ali linda. depois teve uma noite com o vovó na pracinha. ele comeu churrasquinho do chiquinho, eu comi queijo coalho com muita pimenta e nós conversamos e olhamos o céu. tanto amor. e depois teve a noite de falar da lua (e do amor) e o assunto da promessa veio à tona. agora existe mais uma pessoa no mundo que sabe da minha maluquice mal resolvida. essa promessa doida. e sabe o que foi mais engraçado? é que a Rosane já começou a fazer igual a Carol fazia... já veio logo me avisar a data da próxima lua cheia! acho que eu posso perceber que vai ser fácil conseguir apoio (moral, tipo isso) pra fazer acontecer está pinóia que eu inventei... parece que o mundo conspira pra que isso dê certo! pelo menos pra eu me livrar desse trampo.

e tem fatos mais engraçado: neste momento presente desta lua de agora, deste agosto mais maluco doque nunca, havia 'o gajo' como uma possibilidade de ocupação deliciosa dos meus dias. é. mas... rolar... rolar, rolou. pouco, rápido e obtuso. objetivo e vago. muito gostoso, mas talvez um pouco mais ou um pouco menos do que ele esperava. ou muito. mas o curioso não é isso. curioso é que eu passo sempre por ali no paraíso, numa outra praça, desde o início do ano para ir pra escola municipal de música. e eu sabia que nessa praça funcionava a tal rádio onde trabalha - ou, até onde eu sei, trabalhava - o objeto da minha promessa. pois bem, na noite em que encontrei 'o gajo', esse outro, foi por ali. e justamente naquela noite eu descobri onde era a rádio! caracóis! já passou semestre e eu não via, não enxergava aquele lugar! na noite de curtir o outro ali... pá! aparece na minha cara. pecado capital! total! só me abalei uns minutinhos, beleza. mas fato é que poucos dias depois estava eu tomando suquinho de limão e batendo papo com amiga em boteco e fui lembrar da promessa e de tudo o mais dessa história. por acaso? por acaso não, né? de certo por sugestão, ficou ali sugerido na minha mente de lembrar disso assim de repente. como um pensamento serpenteando... sem falar num sonho megaestranho que tive noite passada. nossa! uma busca, uma procura, uma noite clara, uma casa escura, uma pessoa 'x', uma escadaria. spells, stairs, silence... scary silence! poeira e pavor. e não achei ninguém e acabei sumindo tal qual papel queimando. sobrando farelo pretinho. voando. confusa. paira um silêncio atordoante. mas ao mesmo tempo tanta música toca em mim. é tanta tanta. tem muita coisa boa. quando a lua começa a minguar é pra gente plantar e renovar (espero que seja, e se não for de hoje em diante será!) estrelas e sonhos insones.