entrega

ela começa a brilhar mais forte. e eu me estranho. me estranho como nunca. tenho sido um early bird, melatonina à toda quando o sol se põe e ripa na chulipa quase antes que se faça o prelúdio da madrugada. talvez por ansiedade. talvez por maturidade. talvez às avessas. talvez um desespero reinante absoluto. simplesmente decidi uma coisa e permiti, por necessidade mesmo da decisão, que isso tomasse conta das 24 horas dos meus dias por quase essa semana inteira. deixei de lado, um pouco bastante muito quase totalmente de lado, um monte de coisas importantes minhas. coisas dessas que me constituem e dão sentido à vida! agora é hora de sufoco. foco. 

muito foco. sufoco. outro dia até fui rude com meu amado mais amado de todos os tempos... uma coisa desenfreada a maneira como eu me entrego intensamente pras coisas. a vezes coisas demais ao mesmo tempo, mas cada uma em seu momento. as vezes tempo demais para uma coisa! elefantinhos, elefantinhos quando pedem colo... mas hoje é dia de elefante levantar e ir comer sozinho! hoje é o dia do não aguento mais. essa era hora que eu deveria dormir e no entanto estou de pé pras revisões e impressões e para dar cabo no início desse tudo que chegará. hoje será dessas vezes que uma entrega é mais do que ir lá depositar um material para terceiros, é mesmo um arremesso na novidade. desconhecido, me lanço! pro universo de possibilidades. ver com que estrelas me chocarei, que rabos de cometa vão brilhar pra mim, que outros poderão me queimar... 

a realidade e a imaginação e toda força de tudo que quero em ação. em ação em vários planos. faço a minha parte nesses momentos de vigília bastante enviesados e também tenho sonhado muito. sonhos, sonhos desses recheados de muitos acontecimentos. minha cabeça está cheia. o corpo pede socorro, os dedos quase não suportam mais digitar no teclado e choram pelas chaves prateadas. mas falta muito pouquinho e então, vai passar. sempre. tudo se transforma em outra coisa. experiência. memória. poeira. e o que virá daí?