quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

da gravidade...

é. porque não há novidade. existe a lei da gravidade. a gravidez do tempo. o peso das coisas. e, sempre passa que, em algum momento ou outro... algo que não se controla vêm impor força - incontrolável - e de certa forma previsível sobre si.

e quando se pensa em definitivamente dar um nó no laço bonito... é sempre bom lembrar que nó é uma porcaria. bonito mesmo é o enfeite que permite a livre contemplação da beleza das coisas. e que se preocupar em preservar esta beleza infinita tem mais força e mais poder que qualquer nó cego desses que se faz por aí. e quando se pensa em definitivamente dar um nó... as vezes é sem querer. é de achar bonito o laço e desejar que não se desfaça. coisa que não é possível. um nó só torna tudo mais dolorido, pois que o desfecho vem com tesoura e faca e... dor. ainda mais dor do que a simples tristeza de se desfazer um rococó bem cheio de beleza.

quantos e quantos olhos já não estiveram a contemplar aquela flor? e tantos cetins que serviram de par para formar o adorno. adorno, disse ele - teodoro... disse ele que... ele não disse 'eu te adoro' - disse que essa razão que aí está tem uma lógica meio errada... disse ele. como bem diz beije à mim benjamim, que as coisas precisam deixar de funcionar assim. fazer, construir, produzir, reproduzir, pra que? pra que tanto? de que precisamos de verdade?

e quando se pensa em realmente realizar a possibilidade de reproduzir seu dna por aí, mesmo que em planos de longo prazo e data indefinida, com alguma espécie de mago. 'istari' que fosse. mesmo que imortal só em pensamentos, com todo aquele poderio físico e mental incalculável... coisa que muito seduz qualquer ventre feminino. humano. e não somente o ventre... é mais. quando se pensa que algum mago, tanto mais poderoso que o reles principezinho, já apoderado de suas vontades todas, cativante de ti... se pensa assim que ele é insubstituível e precisamente ideal. 

é como ver uma beleza se desfazer num semblante irado e cheio de inseguranças, repleto de incômodos que incomodam também a ti. a fragilidade de tudo fica exposta. á mesa os ingredientes da natureza. não há novidade aqui, estamos na lua crescente e é coisa sabida que a energia de hoje esteve inquieta e irriquieta... além da braveza, uma certa ojeriza te afasta. demonstra à repulsão que um afago físico nem sempre aplaca - nem mesmo a mente brilhante, e nem - o coração irritado de um mago...

se você jogar uma pedra para cima, num ângulo de noventa graus certinho e não sair do lugar em que estava quando a jogou... é inevitável, o tempo e a velocidade podem ter variações - que implicam na força com que se dará o retorno - mas é fato infalível que a pedra cairá de volta em você e sobre o teto da sua cabeça. isso não é quântico, não é complexo, não é a auto-ajudística ideia da lei da atração. não. é coisa básica, óbvia, observável cotidianamente. é o fundamento dos equilibrismos e malabarismos mais incríveis : a lei da gravidade. e ganhar dela está entre os desafios master master de todos. pode bem ser o motivo de viver de uma grande orla de aventureiros.

e quando se pensa que sua vida só poderia ser aquilo para sempre, que tudo faz sentido, que todos estão felizes e você se realiza com tudo aquilo que faz. alguma intempérie imprevisível pode lhe arrancar de todas as certezas e te jogar num poço sem fundo. no meio do nada. é redondo o mundo e sempre, se não há fundo, existe outro lado. jamais deixamos de ser aquilo que realmente somos. os nossos verdadeiros heróis existem, ainda que mortos nunca deixam de existir. nossos príncipes e sapos passeiam em cavalgadas e jardins e lagos. julgo serem poucos e raros os magos, de forma que dificilmente terei com outro. sequer desejo uma procura deste tipo. e quando se pensa que sua vida só poderia ser aquilo para sempre, que tudo faz sentido, que todos estão felizes e você se realiza com tudo... pode ser essa a maior das verdades, um grande motivo para se continuar a viver, a escrever, a querer, a fazer as coisas... porque os verdadeiros laços não precisam de nós. porque o melhor presente de todos não tem embrulho, nem imbróglios! é aqui e agora. é todo momento. já.

além de tudo o mais... por se questionar a razão - ato este tão saudável!; por ser humilde perante a natureza do mundo e a natureza das coisas - tão pouco sabemos de verdade e tanto há que se desvendar; por ser livre - principalmente para inventar, reinventar, criar e recriar. por isso tudo e além do mais, é certo que existem outras coisas. outras possibilidades, outras vertentes, outras formulas, outras leis, outras estrelas, galáxias! outras maneiras de agir, de sentir, de expressar que nós não conseguimos conceber e perceber. por nos serem alheias... mesmo que estejamos bem ao lado delas. há sempre o novo. eventualmente até dentro de nós um velho sentimento de novo se revela. podemos colorir, revestir e travestir tanta coisa... no fundo, o agito de tudo, que movimenta e esquenta o pé pra andar é uma preguiça danada. aquela preguiça boa... junto com a mexilhisse de querer algo, querer fazer algo. um desejo maior, para um bem estar maior e... é bem mais fácil se sentir mais forte, maior e mais potente em bando... mas antes, e ainda mais importante, em parceria. e ter desejos maiores juntos, planos e ações estratégicas! e tantas e tantas brincadeiras mágicas... que só se saberão ali entre si... nos meandros do 'estar à vir' compartilhado por escolha. procurado, proporcionado. cada cuidado... cada piscar de olhos...

basta um cochilo, surge um sonho. um sonho de creme! fresco, salpicado de cristais. doce feito de coisas boas da vida. e pra quem gostar de um sabor amargo e forte, pra lembrar da intensidade das coisas. sinto cheiro de café passando... a atmosfera está repleta de cheiros. de sonhos. de lembranças. o ar vive grávido de ideias e de ideais. orbitam galáxias de memórias em torno de nós. memórias do que já foi, memórias do que virá. enquanto a beleza maior está no presente que se desempacota automaticamente. a cada instante... no semblante que surge desenhado na fumaça do cigarro. no colorido esfuziante de um rock progressivo. no próximo gole. no movimento das mãos. no vai e vem dos pulmões. no estalar do joelho. a atmosfera está repleta de pequenos 'agora já é o futuro'. se ela estivesse aqui, diria de novo, como já o disse um dia: que bom seria se pudéssemos editar a vida... e reviver, reviver e reviver novamente mais alguns bons momentos antes de se entregar ao destino. 

e quando se pensa que se é o que é. verdade irrefutável. sim, cada qual é o que é. pode mudar, claro... mas antes disso, nunca se sabe se realmente se sabe o que é que se é. e quando se pensa saber, descobre-se de novo. entre paixão, irritação ou auto-preservação apática... quando não se sabe bem, sabe-se nem se é vivo ou morto. sabe-se nem se pode escolher o que quer ou se aquilo que quer é que se faz com que você escolha querer. se bate meu coração em desaceleramento... nunca sei se é para durar mais ou se desligar a qualquer momento. por já exposto, não há mesmo preferência nisto ou naquilo. é sigilo oculto. muitas vezes ocultíssimo! o real ser da verdade mutante das coisas. é mistério oculto. tantas vezes misteriosíssimo! o tamanho do ruído e diferença de sentido entre o que diz e o que ouve, entre aquele que faz, e o que vê e  interpreta... mas não é nem mistério nem obscuro compreender a lei da gravidade. e visível e sentível. 

mesmo assim, a gravidade das coisas tem peso exclusivamente interior. tudo que não é objeto material cairá sobre a sua cabeça na proporção em que se deixa subir demais o peso da imatéria inexistente - mesmo que exista na sua mente. assim, aliviar a nebulosa de algum jeito e olhar com foco nítido, meticuloso... sempre procurando um brilho cintilante onde quer que esteja! é uma forma bastante possível de diminuir a força da queda em retorno. porque, bem, não expliquei, mas as coisas imateriais voltam sempre para nós independentemente do angulo em que são lançadas... todas elas.

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