quarta-feira, 8 de abril de 2015

reasons to remeber 'n other things i'd like to forget


mil e noventa e sete dias depois e eu ainda me lembro de um instante mágico sucedido na esquina do buraco do satan. me lembro como se fosse anteontem mesmo. fogos de artifício foram vistos naquela esquina! testemunhados por todos os transeuntes capazes de ver poesia em gestos singelos. eu fui tomada de repente, num súbito eu mesma deixei de ser minha e aquele o melhor dia do circo da minha vida depois de cinco amargos e tristes anos de dias de circo longe da alegria do picadeiro. curioso é que era de certa forma um dia fúnebre. e essa funesta coincidência agora poderá habitar as manhãs de quarta feira em sinistros arranjos para graves gravíssimos. mas isso é apenas a curiosidade da curiosidade...

não posso me lembrar que dia da semana era aquele, mas era um dia no meio da semana. um dia qualquer... uma noite recém caída. um amor recém chegado. hoje entretanto é um domingo. fomos no circo e até pretendo também escrever sobre isso muito em breve, talvez hoje mesmo. hoje fomos ao circo e o circo teve muito pouca graça. o divertimento maior eram duas crianças serelepes que ficaram chutando as costas das nossas cadeiras e fazendo comentários que só as crianças mesmo fazem...

- o que é isso menino?
- estou fazendo igual o palhaço!

- nossa, que lindo! lindo! lindo! lindo!

- ah, quando eu crescer eu quero ser igual essa bailarina.

risos, muitos risos. palmas. uma platéia envolvida. aquela mesma bandinha de dar dó. com uma formação diferente, um baixista aparentemente improvisado e um baterista que impressionava um pouco. a velha 'tuba de ombro' do saudoso sampaio. as mesmas pessoas com os mesmos números ou com outros um pouco piores do que os antigos e... coisas legais também, mas o encantamento do circão estava mesmo perdido, preso na quarta parede e no fundo e piso negros d'um teatro. por mais que pudesse ser bom. não serviu para me animar, nem para animá-lo. faltava o galã da novela das nove. e faltava o romance básico mesmo que desajeitado das comédias românticas.

entre as coisas que ficariam melhores sendo esquecidas, acho que o meu empenho em escrever uma carta bonitinha perdeu grande parte de seu sentido quando a palavra principal - flutuar - não comunicava claramente escrita nos meus garranchos. se eu fosse uma designer de letrinhas e tipos mágicos isso provavelmente não teria acontecido. me entristece pensar assim. mas, dadas as circunstância, o texto foi traduzo e seu sentido, mesmo que sem a mesma graça, passou de uma palavra estranha à outra conhecida mediante minha 'tradução'. ok. em retorno à isso, ganhei com muito carinho uma sequência de emoticons e bichinhos fofinhos desde a meia noite em diante. ganhei uma loga hora de espera num bar cheio de velhos bêbados que, por mais que tivesse sido combinada, não foi agradável. ganhei uma proposta de logística bizarra, da qual realmente não concordei e pelo menos ficou tudo bem quanto a isso. ganhei duas noites de aconchego seguidas. ambas deliciosas. com direito a dormir com meu travesseiro predileto. os ombros mais gostosos de dorir do mundo. ouvi histórias de sonhos tristes, em que nos afastávamos. mas sempre interpreto essas coisas do jeito contrário. ganhei mamadinhas e uma bolsa escrotal chegada num cafuné apesar d'um falo ereto e não muito disposto a nada. dada à confusão nada excitada de sua cabeça pensante. demasiadamente pensando. preferia esquecer que meu corpo sente falta de suor e e proximidade. preferia conseguir ser apenas e exclusivamente racional e por os pingos nos 'is' de tudo isso e compreender que é uma fase que vai passar. compreender eu compreendo... racionalmente apenas. não completamente.

porque metade de mim é amor, mas a outra metade é saudade. saudade do circo que não sou. saudade de quando o tesão era natural e incontrolável. saudade dos meus 56 quilogramas. saudades de uma parada de mãos que nunca dominei. aliás, a pequena luciana e sua cadeira hoje me inspiraram a fazer algo com a cadeira que pode vir a ser um número cômico e muito frutífero... pensei em dois nomes até para a minha possível futura performance! um inglês e um em português: "ela não consegue ficar parada" ou; o gringo, com um duplo sentido e sonoridades muito mais legais e de certa forma mais rebelde: "she can't stand" ou "she can't stand still" não soa legal? talvez se eu arrumar tempo algum dia eu monto essa bagaça... ou não. ou nunca. pode ser somente mais uma ideia adormecida no mundo das possibilidades...

no mundo das possibilidades... eu adoraria dançar uma vez por mês pelo menos, coisa que não faço há três anos. eu adoraria voltar a ter o abdômen de dez anos atrás... e todo o resto da minha musculatura wonder woman também! e adoraria transar pelo menos duas ou três vezes por semana.
no mínimo.



"if you want a superman, you have to be his wonder woman" eu juro, juro, juro que tento meu melhor todos os dias! eu juro juro e juro que acredito no poder indestrutítel a na capacidade dele de voar comigo. mas realmente... mas realmente... "amor pede uma porção de batata frita" e desse jeito permanecemos deitados, repletos de confusões e fraquezas por muitos ledos. exercitanto a compreensão e a tolerância a aquele máxima de 'estarei sempre ao seu lado" ou a outra "vamos passar por isso juntos" acreditando sim, piamente, que os dias de longos voos e apaixonantes horizontes se descortinarão em breve! provavelmente quando coincidir o tempo em que ambos vamos estar bem! cheios de energia e cheios de chão pra ganhar e de céus para voar. por enquanto, a máxima básica é a da flutuação imersa em líquido e sentimento de fé e de emoções mesmo... "continue a nadar, continue a nadar, continue a nadar, nadar, nadar. pra achar a solução, continue a nadar!"

ouvi dizer que algumas pessoas deixarem de frequentar o meu blog por receio do que poderiam ler aqui. cara, que pena... então agora to soltando o verbo mesmo, sem noção nenhuma, sem cuidado. mas de verdade o objetivo não é esse. mesmo! antigamente achava que ele era meu leitor assíduo. era o meu predileto. escrevia tudo pensando que ele ia ler. agora sei que não lê... nem leu o livro que lhe escrevi com minhas próprias mãos... penso se um dia pedirei de volta essa rara publicação... mas enfim, não escrevo para atacar ninguém! isso é um desabafo. um desabafo organizador de sentido.

viva o piolin! viva o paissandu! viva a praça das artes! viva  a nova futura escola que há de vir! viva eu, tu e o rabicó do tatu!

(escrito já faz tempo, não me lembro o dia e nem porque não publiquei na ocasião)



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