quarta-feira, 22 de julho de 2020

a fênix e a ágora...

hoje é quarta. me sinto melhor. tem no forno uma comida se aprontando e eu já venho aqui começar minhas resolutivas... vou iniciando entonces meu prólogo principial! fato é que desde ontem, quando me ocorreu essa possível postura, essa resolução mesma, ontem já só de imaginar, já mudou meu fluxo de pensamento, meu fluxo de energia, meu espírito todo se aliviou e é impressionante o quanto me sinto melhor... isso só me faz pensar que se tem um efeito tão bom, tem algo de certo na minha decisão. tô me baseando em quê? na minha experiência, na minha sensibilidade e no meu coração.
decidi escrever no blog sim, público, esgarçado! de uma vez pra todo mundo porque o estilo p2p telefone-sem-fio fala aqui fala acolá é um estilo e jeitão para tal o qual minha paciência se ausenta por completo. eu prefiro muito claro, alto e bom som. vou destrinchar tudo o que penso, detalhe por detalhe, vou desabafar e vou me posicionar. aviso: preparem-se. gratidão: sei que vai demandar atenção e paciência de quem se dedicar a ler, independentemente de concordância, apoio ou qualquer coisa depois. independente até da compreensão, que é bastante bem vinda claro, a própria leitura em si eu já agradeço de coração. no mais há pouco que eu possa fazer e este textual todo se trata justo disso. da minha decisão de fazer o que eu acho que deve ser feito e o que acredito e o que penso ser melhor, pra mim e pra situação como um todo. famílias são sistemas, seja lá como for o problema de um sempre recaí de volta nos outros direta ou indiretamente mas me vejo na minha responsabilidade de ME cuidar e evitar transtornos e só assim vou poder contribuir de verdade.

provavelmente semana que vem vou entrar aqui e editar esse texto. já venho planejando isso desde ontem! porque semana que vem devo encontrar o pai e ter um papo com ele, pessoal cara a cara olho no olho. (ou não... semana que vem é semana que vem...) daí é o ponto final desse pequeno processo específico de autopreservação em que agora me vejo envolvida com grande ânimo (ou não... porque um processo é um processo...)

pois bem, meu almoço provavelmente já coziu. logo volto

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já almocei. aquela preguiça pós alimento sendo avacalhadinha já num bate papo amigável com nosso saudoso amigo da família que cuida hoje de papai... e lá se vai a minha digestão acontecendo. digerindo, digerindo. o macarrão tinha bastante pimenta! abro uma cerveja, acendo um cigarro e começo aqui meus desabafos por um ponto que muito me toca. a hipocrisia. pior que 'ela' em geral. me incomoda deveras a minha própria hipocrisia. preciso entrar em detalhes depois de já ter escrito aqui que estou escrevendo e bebendo cerveja e fumando cigarro? talvez esse assunto não seja importante a ponto de ser tão explicado. há algo de tão errado nisso? não sei. bebo por prazer, fumo idem, ambos me fazem mal e também trazem alguns benefícios e vamo que vamo

acho mais importante de verdade verdadeira começar pela lição de casa. ah... eu fiz a lição de casa! e a primeira coisa que vamos trabalhar aqui na pensamentação é: (ou são...) argumentos concretos. o que diz a lei? a referência máxima da razão (eu não concordo com isso, eu amo o bom senso. mas amo quando é coletivo. o bom senso de cada qual geralmente dá em tanto macaco em cada galho que a coisa toda rui ruim na base de todo mundo querendo a sombra da mesma árvore e a fome da mesma fruta. o que é uma besteira. mesmo que essa besteira seja cristã e "amorosa") mas vamos lá com uns links e umas citações?

pra quem nunca leu... #ficaadica ~  estatuto do idoso
(aliás descubro tem pouco que parece que aos sessenta já se é idoso, então nem precisamos esperar mais uns anos aí pra por isso na prática, já tá valendo!)

mas porque devemos todos ler isso? pelo papai sim, pelo vô e vó, eu também pelos meus outros avós! e talvez por todos os velhinhos do brasil não é mesmo? a lei funciona? não é bem assim... mas existe? existe... e afinal o que diz a lei sobre a responsabilidade dos filhos???

tá na nossa constituição federal no artigo 229, bem ali:
"Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade" eu li bem: ajudar e amparar... mas o isgnificado disso é relatizizatório. despencar junto dos pais não me parece caber aqui e eu perigo muito (como todos podem talvez saber) perigo desmoronar com essa situação e eu não quero isso pra mim. eu não quero outro surto na minha vida não... e, continuando, nesse site aqui tem uns comentários interessantes, vou usar uma frase deles: "Pela disposição constitucional pode se INFERIR que os filhos são os responsáveis pelos cuidados com o idoso. No entanto, esse rol é um pouco mais abrangente."tem vários comentários interessantes nesse site (e em outros tantos que pesquisei) mas confesso que andei pra lá de alguns meses tendo engolido um suposto argumento legal de que a responsabilidade oficial era minha e de maninha. isso não é verdade. isso não está escrito. isso pode ser inferido. não há nenhuma lei que determine questões jurídicas que justifiquem meu sacrifício. e tanto nesse site como em outros tem muitos comentários que deixam bastante claro que a responsabilidade é de toda a família, da sociedade e do estado. senhoras e senhores, me aliviem. ou melhor... perdoo vocês pela sobrecarga mas estou hoje colocando a mochilinha no chão e vou seguir o meu caminho!

qual a minha posição nesse drama? estar no palco, com os holofotes apontados pra minha cara e persona estampando uma história que eu não concordo? ah... na-na-ni-na-não. mas muito embora eu já consiga lidar melhor... por diversos e trocentos limites que fui colocando aqui e ali nas pequenazas das relações ainda assim papai me aflige muito, me ataca, me impacta e me prejudica, me tira do sério, me põe nervosa, me deixa maus. eu pedi, por exemplo, e inclusive por recomendação médica, pra não levar o pai na clínica pra internar. todos concordaram e ouviram né? me senti acolhida? sim... entretando, quem foi? fui eu. foi ruim. duas semanas de cama pra mim... um desgaste emocional profundo. bastante profundo. quem foi buscar? fui eu. exatamente o que eu não queria fazer mas "tinha que ser eu". fui. mais duas semanas de cama. menos quatro semanas de saúde na minha vida. agora tá passando uma semana, que tem dois domingos que já foram, domingo retrasado que aconteceu... (sem falar de um ano perdido pra depressão quando essa pessoa voltou a beber) mas domingo agora outro dia...

uma conversa amena, eu chegando no pai de boa na lagoa (depois de ele não me pedir desculpas, depois dele me agredir mas vamos lá ser legal,não é mesmo?) (na real nem devia me prestar a isso) (não real EU NÃO DEVIA TER IDO NA CLÍNICA NENHUMA VEZ nem pra levar nem pra buscar e no fundo é sempre uma escolha minha, pessoal, de sucumbiar ou não as pressões externas! eu podia resistir e simplesmenter dizer não vou e não ir!) muito bem eu chego carinhosa pro pai no domingão dizer pra ele que vou levar roupinhas e cobertor pra cuidar do frio que fui buscar toda fofa no tio, que o tio separou pra ele bem carinhoso também. qual o resultado do meu carinho? não apenas sou rejeitada (ele diz pra não ir de jeito nenhum) como lá se vai uma tarde embora em conversar com um parafuso espanado. eu, maninha, ele ali mal e mal e mal de tudo. eu sofrendo de ver o pai naquele estado e tendo que assumir essa coisa de ser responsável por ele.

eu tenho proferido discursos em geral que não correspondem com a minha opinião genuína. isso é doentio. pior, tenho que ficar argumentando com ele com os argumentos dos outros. isso me desgasta ainda mais! já é um desgaste emocional brutal ter que lidar com o fato de ve-lo tão mal e mal e mal... e ainda eu me relaciono com essa situação sem, no mínimo, a minha própria verdade?

gente, isso não é uma brincadeira... não é uma questão do tipo: ser adulto é isso, amadurecer é isso, política é isso, sociedade é isso. eu sou psicótica. eu já surtei duas vezes, eu já fui internada. eu não quero isso. ser adulto é saber se cuidar e eu não estou me cuidando se cuidar do meu pai é isso que está acontecendo. isso é vestir um santo e deixar o outro pelado oras bolas. isso não é de deus não... eu não vou aguentar assim. e não é lá na frente quando a minha bombinha interna acumular 300kg de tnt de várias situações e estourar que eu vou conseguir explicar pra alguém o novo surto... os problemas psicológicos... a treta bruta... ela se constrói em pequenas coisinhas cotidianas, nesses autoapagamentos, nesses equívocos sociais, nessas pererequinhas que a gente engole pensando que vai caber mais uma sempre. tanto sapo assim não é pra mim :(
não gente, de jeito nenhum. família amada eu não vou surtar de novo e isso sim é escolha minha sim!
(pelo menos eu preciso acreditar que seja e preciso fazer tdo o que posso pra continuar vivendo!)

me retiro do palco. eu posso até colaborar no backstage mas não, definitivamente não tenho energia pra estar no palco desse drama tendo que ser responsável por um cara que nunca sequer foi responsável por mim (e isso também me dói) pera lá gente eu to sendo desrespeitada a torto e direito. eu to ME desrespeitando. tô? tô não. TAVA. não tô mais. de agora pra frente, tenho dito, minha postura vai ser outra. esse texto vai crescer. tudo tudo vou escrever mais e mais e mais. agora acho que já cansei um pouco, sabe? já passou de uma hora que estou sentada aqui vidradinha na telinha e... por hoje é um bom começo.

mas quero escrever sobre:
(pelo menos quero né, o que vai acontecer pertence ao futuro...)
~ minha relação com a Larissa
~ o que penso sobre os avós morando na casa da madrinha
~ o que penso sobre divisão de gastos e planilhas de gastos do pai...
~ o que penso sobre o posicionamento do tio
~ o quanto enxergo o empenho do amigo que tá lá recebendo o pai (mas discordando desde antes dos 'como' dele... mas é o que temos)
~ a sobrecarga que me ocorre pois fui neta e filha dos avós maternos e eles estão já na hora de serem cuidados e eles sim cuidaram de mim a vida toda diferente do pai... e eu dou conta disso tudo?
~ o que vejo no nosso sistema e o quanto o atrito entre o tio a tia caçula quebra as pernas de todo mundo, sem restrições, todo mundo
~ que a gente nuca agrada ninguém e que eu ainda seguro a barra de um conflito aqui pois minha mãe que tá todo dia do meu lado e lava minha louça vira e mexe e cuida de mim com tanto amor e tanto cotidiano, ela não gosta de me ver aos sofrimentos por conta do pai e como ela reage a isso também não é saudável pra mim
~ porque tanta moral cristã e pose de bonzinho muitas vezes servem pouco ou quase nada pra realmente melhorar as coisas... pra efetivamente criar um ambiente melhor pra todo o sistema. cristo sim cristo salva. moralzinha não. isso limita isso sim, é preciso falar sobre isso. o pessoal do coach chama esse rolê aí de 'crenças limitantes' e cara, vou te contar, limita mesmo
~ quero falar também sobre um argumento do tio que eu valorizo muito... que ele falava pra tirar o pai da clínica porque daí "é escolha dele"
~ minha opinião sobre quem pode o que no sítio (talvez choque ou magoe alguém essa minha opinião)
~ explicar melhor ato por ato o que é me retirar do palco (quanto mais claro melhor eu acho)
~ o quanto os silêncios falam sobre o abandono

e... talvez mais, muito mais até. escrevo porque me salva escrever. porque pontuo assim.
talvez eu vou escrevendo e vou linkando aqui lista? talvez...
 

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