sobre pegadas

como cada gotinha da água que se transforma... em diversos estados de ser e estar. 

uma imensidão de vida revive a cada instante de nós.

é preciso andar onde andei, ver o que vi, sentir o que senti. coisa impossível. quase impossível. mas quero sempre te mostrar meus passos, os lugares que já conheço e então conhecer lugares novos também. tanto reconstruindo os velhos lugares ao seu lado quanto desbravando espaços ainda não explorados do mundo.

o que é o passado? senão o conjunto de tudo que experimentamos e vivemos para ser o que somos hoje? mesmo as coisas ruins... as boas também claro mas... o passado permanece... em marcas de muitos tipos. permanece e se transforma, se re-cria e re-significa. tudo muda. permanecendo ainda. 

como cada gotinha da água que é ao mesmo tempo mar, rio e chuva, sendo ar e vapor e sendo ainda oceano maior. e sendo o todo. tudo e nada. pequenina e só, imensa quando junto de mais de nós. 

e cada qual com seus poréns e todos nós cheios de emoções imensas, de profundezas diversas e imensuráveis. cada um podendo perceber até onde lhe cabe. 

é preciso entender que o tempo é diverso pra cada um. 

que temos nosso próprio tempo que é mais cíclico que cronológico e que, mesmo em temporalidades e ciclos distintos somos o mesmo pó, carbono igual, H2O. as mesmas gotinhas nos formam. e somos e estamos diversos no mesmo imenso. e que as pegadas que deixamos em qualquer caminhada, mesmo depois de esquecidas e apagadas, deixam sua marca naquela terra. eternamente. por terem transformado sua forma um dia e por serem em seguida transformadas também...

tem a luz no coração! paz...
a água. aquela imensidão!