terça-feira, 10 de outubro de 2017

no fundo do (não) posso

hoje foi dia de encarar raiva, frustração, impotencia... de novo...
não o dia inteiro, o dia em si foi bom, fiz praticamente tudo o que podia fazer, estudei, fui nos compromissos, cheguei no horário, não reprimi minha vontade de ir onde eu quisesse ir, lavei roupa, pendurei, lavei louça, dei o lixo, cuidei do gato, tudo ok. mas se vc me perguntar se está tudo bem... tudo bem? tudo ok? como? quando o conflito está em casa? e eu trabalho bastante em casa... e eu prezo pelo meu espaço... e eu gosto de cuidar do espaço em que estou... tudo ok? como? quando o conflito não é só meu mas tentam fazer-como-que-se-fosse um 'problema' só meu. quase, e por muito pouco, eu ia escrevendo apenas 'o conflito está em mim'? e.. peraí, sim! está em mim... mas eu comigo mesma está tudo bem... então,

se tem um com_flito como é que ele pode ser só meu? minha é a raiva de me sentir agredida com sutilezas que não estou mais disposta a engolir... desrespeitos pequenos, descuidos, desatenções, distrações, falta de respeito, falta de consideração... que não sou eu que estou fazendo sozinha pra mim mesma porra! aí eu tento conversar parte I e lá vem a frustração... não tem resposta e depois tento conversar parte II e estouro lamentavelmente, sinto meus músculos enrijecerem e a adrenalina vindo a milhão... aquele descontrole tentando tomar conta de tudo e eu ali, tentando falar alguma coisa com sentido, desabafando e tentando ser racional, qualquer coisa que somente convença a outra pessoa de me dar a oportunidade de falar... dá próxima vez, né... porque essa já cagou tudo... tento (já desisti) conversar parte III e deixo bem claro coisas básicas: pergunte o que vc quer saber, chega de fazer curvas! o que vc quer vir falar comigo? sério? (quando a outra pessoa vem conversar sobre trivialidades, ignorando tudo que vc passou um tempão da sua vida tentando dizer, como se nada estivesse acontecendo e tudo bem) tudo bem? boa noite? é um caralho! eu vou dormir, remédio tomado (e isso dói, eu já aceitei, mas algo em mim fica sempre me lembrando que era bem possível eu não precisar dessas anestesias desse jeito se não fosse a vida real tão punk comigo) eu e meus fantasminhas, uma legião repleta de anjinhos de todas as cores sussurrando 'calma moça, voce pode ser quem você é, voce consegue, vai dar tudo certo' (pronto. já to chorando) e aí vem essa tristeza gigante... e eu não consigo falar sobre mais nada... porque chorar é imperativo... tudo isso só porque a mulher da voz do google me irrita...

não posso ver
não posso encontrar
não posso falar
não posso sentir
não posso me mexer
não posso seguir
não consigo entender
porque sinto tão profundamente
que não posso existir

não posso pagar minhas contas
não posso trabalhar sem me sentir um produto
e eu não sou um produto
não posso fazer uma coisa que eu acho que é uma merda
e eu não quero fazer merda
não posso respirar sem me sentir uma coisa
e eu não quero ser uma coisa

não posso sentir o que sinto
menos ainda expressar
que me colocam no lugar do monstro
e eu não quero ser o monstro
não posso imaginar o que imagino
muito menos agir
que me colocam no lugar da louca
e eu não sou a louca

não posso querer o que quero
isso tem potencial pra destruir tudo do jeito que é
então eu tenho que anular-me-ei no pretérito do futuro todo zuado... (medo)
desaparecer com o que sinto
desaparecer com minhas necessidades
desaparecer com o que penso
desaparecer com o que sou
porque nada serve

nada é bom
é tudo ameaçador
se eu me sinto como uma ameaça
e eu não quero ser uma ameaça...

sinto como se quisesse deixar de ser completamente
tudo que sonhei ser
tudo que poderia fazer
tudo isso que nada serve

porque desse jeito
as pessoas não me amam
as pessoas tem medo de mim
as pessoas tem medo de mim e fogem de mim
como é que eu vou sentir-me parte disso?
nesse papel... de causar medo
asco pavor correria distanciamento
de quererem distancia
como???

eu não sou isso eu não sou isso eu não sou isso eu não sou isso eu não sou isso eu não quero isso eu não causei isso eu não tenho que carregar tudo isso eu não sou isso eu não sou isso eu tentei eu tento muitas coisas eu tento de tudo pra me sentir aceita mas não vou e me nego veementemente em passar a ser uma coisa em fazer coisas que não concordo em em nada disso não concordo em me anular não concordo em desperdiçar tudo que eu posso fazer que é muito diferente dessa merda toda que jogam diariamente na minha cabeça... só eu e o tim maia sabemos como a minha mãe perdeu a virgindade dela... só digo isso. e quem não gosta de tchacanabutchaca, tchau e bensa. gosh... eu vou contar tudo pra bruxa de blair ceis vaum ve só

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